Cielo: metas de diversidade para impulsionar a inovação (Marcela Beltrão/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 14 de setembro de 2023 às 06h00.
Última atualização em 14 de setembro de 2023 às 06h42.
A Cielo nasceu como um projeto de inovação. Em 1995, Bradesco, Banco do Brasil, Banco Real (atual Santander) e o extinto Banco Nacional se juntaram à Visa para criar uma empresa que pudesse reformular o sistema de pagamentos no país. Chamada de Visanet, a companhia foi fundada no mesmo ano em que a internet chegou ao Brasil. Era outro mundo: as maquininhas de cartão eram manuais e contavam com uma espécie de papel-carbono que registrava os dados do cartão. Para finalizar a compra, era necessário que o lojista fosse ao banco validar a transação.
De lá para cá, a transformação foi profunda. A primeira máquina agora é peça de museu na companhia — que já no final dos anos 1990 começou a adotar transações eletrônicas. Em 2000, a mudança foi descrita como um dos principais trunfos da então Visanet, que ganhou o MELHORES E MAIORES pela primeira vez, com o cartão “tirando espaço dos cheques”. De lá para cá, a Cielo ganhou outras nove vezes como a melhor empresa de Serviços Financeiros, o suficiente para ter sido eleita mais vezes campeã em seu segmento, nos 50 anos do anuário.
O ano da grande virada para a empresa foi 2009: a adquirente chegou a 99% do território nacional e estreou na bolsa de valores como o maior IPO já visto até o momento: foram 8,4 bilhões de reais levantados. Ao final daquele ano, com o fim da exclusividade com a bandeira Visa, a empresa passou a se chamar Cielo, que vem da palavra “céu”, na tradução do espanhol e do italiano. O motivo? O mote publicitário da época explica: “O céu é o limite”.
Na visão do CEO da Cielo, Estanislau Bassols, o segredo da consistência vem da adaptação ao comportamento de consumo do mercado, priorizando a inovação. “Muitas tecnologias e empresas morreram. Nós continuamos em cena porque tivemos capacidade e resiliência para absorver todas as inovações e criar novas oportunidades a cada ano”, diz Bassols.
A Cielo tem metas internas de diversidade. A expectativa é de que, até 2025, 45% dos cargos sejam ocupados por mulheres. E, até lá, negros e indígenas devem representar 35% do efetivo. “Um propósito claro com um time diverso é uma combinação muito poderosa. Ter pessoas diversas dentro da companhia faz com que a gente ganhe a capacidade de absorver o novo de uma forma muito interessante”, afirma Bassols. “Queremos nos antecipar à próxima onda.”
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