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Visão Global – O presidente francês Macron já teve dias melhores

A França encerra a lua de mel com Macron; países emergentes administram a inflação; e a China discute sua reforma da previdência

Emmanuel Macron, presidente da França: seu governo tem sofrido com crises políticas, e isso está levando a uma queda na popularidade | Regis Duvignau/Reuters /  (Regis Duvignau/Reuters)

Emmanuel Macron, presidente da França: seu governo tem sofrido com crises políticas, e isso está levando a uma queda na popularidade | Regis Duvignau/Reuters / (Regis Duvignau/Reuters)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 05h16.

Última atualização em 11 de outubro de 2018 às 05h16.

FRANÇA

MACRON IMPOPULAIRE

O presidente francês, Emmanuel Macron, já teve dias melhores no poder. Em setembro e outubro, sua popularidade atingiu os piores níveis desde que ele assumiu o governo em maio de 2017. A queda tem vários motivos. O primeiro deles é um escândalo envolvendo seu chefe de segurança, Alexandre Benalla, que foi flagrado, disfarçado de policial, batendo num manifestante durante um protesto — algo que abalou o governo.

Além disso, Macron tem cometido várias gafes que prejudicaram sua imagem. Num caso recente, o presidente disse a um homem desempregado que poderia encontrar emprego para ele “apenas atravessando a rua”, gerando uma reação negativa dos franceses. A taxa de desemprego continua alta na França (9,1%), e a população ainda não sente o resultado das bem-vindas reformas econômicas promovidas pelo governo.

Macron já fez mudanças nas leis trabalhistas, aprovou um pacote de redução de impostos e realizou uma reforma na SNCF, a ineficiente estatal que opera os trens no país. A oposição afirma que as mudanças beneficiaram apenas os mais ricos, e isso tem elevado o apoio aos partidos de esquerda e de ultradireita. Macron precisa, mais do que nunca, reativar a força centrista que o elegeu.


PAÍSES EMERGENTES

A INFLAÇÃO ALTA FICOU MESMO PARA TRÁS?

Consumidores na Cidade do México: os países emergentes se beneficiaram do controle da inflação | Jeff Greenberg/AGB Photo

Nas últimas duas décadas, os países emergentes viveram uma fase de inflação controlada e baixa, se comparada aos níveis dos anos 80. O Brasil é um dos países em que a tendência é mais visível, mas as demais economias emergentes também passaram pelo mesmo processo. Enquanto em 1995 seis em cada dez emergentes tinham inflação de dois dígitos, hoje a proporção é de 10%.

Os dados são do Fundo Monetário Internacional e foram publicados em seu relatório mais recente sobre o desempenho da economia mundial. No documento, o FMI questiona se os baixos níveis de inflação de fato estão consolidados. Num momento em que os Estados Unidos aumentam suas taxas de juro — tornando o dólar mais caro e pressionando a inflação —, a estabilidade será colocada à prova.

O FMI aponta que o sucesso dos últimos 20 anos está ligado, principalmente, às medidas adotadas pelos bancos centrais de diversos países para reduzir a expectativa de crescimento da inflação. Para o Fundo, é preciso continuar tomando medidas nesse sentido para evitar uma instabilidade.


CHINA

O FANTASMA DA PREVIDÊNCIA

Idoso na China: o custo das aposentadorias está em alta | Frédéric Soltan/Corbis/Getty Images

Na China, um país com mais de 1,3 bilhão de habitantes e um número de pessoas acima de 60 anos cada vez maior, o equilíbrio das contas da Previdência Social é mais do que uma questão fiscal. É um problema para toda a economia mundial. Um estudo recente de economistas da Universidade da Pensilvânia e da Universidade Fudan, na China, faz uma projeção preocupante. Se o atual modelo de aposentadorias for mantido como está, o déficit acumulado da Previdência chinesa poderá chegar a mais de 23% do PIB no pior cenário. É um custo que prejudicaria demais o crescimento da segunda maior economia do mundo.

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