Revista Exame

Mais do que um hobby, a ioga virou um estilo de vida para diretora-geral da Swarovski

Há mais de 25 anos ­Carla Assumpção é adepta da atividade de origem indiana

Carla Assumpção na varanda de sua casa: ”A ioga ensina que você não vai só para a frente, vai para trás, como é a vida” (Leandro Fonseca/Exame)

Carla Assumpção na varanda de sua casa: ”A ioga ensina que você não vai só para a frente, vai para trás, como é a vida” (Leandro Fonseca/Exame)

Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 25 de janeiro de 2024 às 06h00.

Antes de 2020, ter uma varanda em casa significava um espaço para desfrutar encontros com amigos ou para apreciar a vista. Após o ultrapassado confinamento, o ambiente ganhou outras funções, como trabalhar, relaxar e até fazer atividades físicas. Durante a pandemia, Carla Assumpção, diretora-geral da Swarovski para Brasil, Chile e Argentina, usou a espaçosa varanda de seu quarto para trabalhar. Hoje, pratica ioga diariamente no espaço.

Há mais de 25 anos ­Assumpção é adepta da atividade de origem indiana. Cinco vezes por semana, a executiva se encontra virtualmente às 6 horas da manhã com a professora em Brasília. “Todos os sábados vou a um estúdio para fazer as minhas correções. Quando minha professora está em São Paulo, nos encontramos para as aulas presenciais”, diz.

A experiência de Assumpção com a ioga já aconteceu em diferentes vertentes e em aulas presenciais e virtuais, no Brasil e nos Estados Unidos. A introdução à prática aconteceu quando ela morava na Califórnia. “Ao longo dos anos a ioga se tornou muito mais do que um ­hobby. Quando conheci a linha ashtanga, há dez anos, comecei a entender o lado prático do exercício. Com os asanas [posturas] comecei a entender um pouco mais da profundidade e o que significa a ioga. A partir daí, a prática deixou de ser um hobby e passou a ser um estilo de vida e a base fundamental para muitas frentes da minha vida.”

O início da prática, no entanto, surgiu para complementar a corrida. “Achava que eu precisava de algo que também fosse mais voltado para a elasticidade”, diz. “A ioga que pratico é muito vigorosa e exige muito cuidado para não se machucar.”

A cultura indiana, como os princípios da ayurveda, também foram incluídos na rotina de Assumpção. “Implemento aprendizagens no meu dia a dia. Não sou especialista em nada, mas sou persistente em muita coisa no que diz respeito a isso. Aplico a ayurveda nas massagens e no cuidado na alimentação, não somente pela questão física em si mas pela cura através do alimento. Quando você começa a entender que o alimento pode ser a cura, o remédio e a salvação, percebe que é um recurso muito acessível. A ioga me trouxe um pouco mais de conhecimento da ayurveda, e a ayurveda me trouxe boas noções de ioga. Sou muito disciplinada com tudo isso porque sem a ioga eu não seguro todo o resto.”

Um dos desejos de Assumpção é passar uma temporada em um ashram na cidade de Mysore, no sul da Índia, para ter a experiência de prática com outras pessoas em níveis complementares. “Ainda não fui ao berço do ashtanga por questões de agenda”, diz.

O tempo de carreira de ­Assumpção na Swarovski se assemelha ao período de prática de ioga. Ainda que hoje esteja à frente da marca de cristais em três países, a executiva conta que já desejou ser professora de ioga. “Mas foi pura epifania da minha parte”, diz. Há mais de 20 anos na empresa, Assumpção fez parte de diversos momentos da joalheria. “Quando comecei, achavam que era uma marca de vodca”, brinca.

A nova fase da Swarovski

No início de dezembro a marca de cristais inaugurou sua maior loja na Quinta Avenida, em Nova York. Projetada pela diretora criativa Giovanna Engelbert, a loja também é uma galeria, com dois andares divididos em 1.300 metros quadrados.

No primeiro andar, há um espaço butique branco dedicado aos diamantes criados pela marca, um lounge onde são servidas bebidas nas peças Rosenthal China e um espaço onde os clientes podem personalizar suas compras.

Atualmente são 6.600 pontos de venda no mundo, dos quais 2.300 são lojas próprias, em mais de 150 países. No Brasil são 121 pontos de venda.

Desde o ano passado, a empresa adotou um novo layout nas lojas, com mais cores, uma mesa de degustação com diversos colares, pulseiras, anéis e brincos à mostra e às mãos dos clientes, que podem tocar e provar os produtos. O logo também foi alterado. O cisne, símbolo icônico da marca, girou 180 graus da esquerda para a direita, mirando o futuro.

O design dos produtos também foi ajustado com a entrada de Engelbert como diretora criativa em 2020. “Foram inseridos novos códigos de cristais mais opulentos, maiores e com mais cores, que podem ser associados ao comportamento de moda”, diz Assumpção. No final do ano passado chegou ao país a coleção colaborativa feita com a Skims, marca de roupas e lingeries de Kim Kardashian. Joias corporais, roupas íntimas, bodies, vestidos, saias e macacões foram adornados com os cristais austría­cos. Assumpção veste a coleção já esgotada no Brasil nas fotos que ilustram esta reportagem.

Da varanda de casa às lojas que comanda no cone sul, a executiva vê na ioga uma forma de enfrentar os desafios do trabalho. “A ioga ensina que você não vai só para a frente, você às vezes vai para trás, como é a vida. Eu bebo muito da fonte da ioga em todos os aspectos, desde a disciplina e a rotina, que insiro naturalmente no meu dia a dia na empresa. Quando me sinto muito desafiada na companhia, aplico esse meu estado consciente de olhar de forma positiva para os desafios”, afirma.

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