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"Futebol não se resume a um jogo", diz presidente da Nike

Para o presidente mundial da Nike, mercados como o Brasil, com sua população jovem, vão impulsionar o crescimento da marca no esporte

Mark Parker: “Existem negociações de patrocínio em curso para a próxima Copa” (Divulgação)

Mark Parker: “Existem negociações de patrocínio em curso para a próxima Copa” (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2014 às 06h00.

São Paulo - O americano Mark Parker, presidente mundial da fabricante de material esportivo Nike,  diz que o fato de a final da Copa do Mundo ter sido disputada por duas seleções patrocinadas pela rival alemã Adidas não prejudicou sua marca.

“Só vamos ficar mais fortes no futebol”, afirma. Parker esteve no Rio de Janeiro durante o torneio, quando assistiu a um jogo no Maracanã e visitou as lojas da Nike, entre elas a primeira do mundo dedicada exclusivamente ao futebol.

1) EXAME - A Nike teve mais seleções patrocinadas na Copa do que sua maior rival, a Adidas, mas acabou fora da final. Isso não estava em seus planos, certo? 

Mark Parker - Nossos times foram bem, de uma forma geral. Para nós, futebol não se resume a um jogo, mas a todos os jogos. E nossos números dizem isso: 51% dos jogadores usaram nossas chuteiras; e 75 gols — 45% do total, mais do que qualquer outra marca — foram marcados na Copa com elas.

2) EXAME - Qual a nova fronteira em produtos para a próxima Copa do Mundo?

Mark Parker - As chuteiras e os uniformes perderão peso e terão mais ca­pa­cidade de transpiração. Temos centenas de pessoas en­vol­vi­das no desenvolvimento de produtos, incluindo o Ney­mar.

Ele visitou nossa sede, nos Estados Unidos, e viu as sa­pa­tilhas dou­radas usadas pelo corredor Michael John­son na Olim­pía­da de Sydney, quando ganhou o ouro. Ele se­gurou a sa­pa­ti­lha e me disse que, quando adolescente, pintava suas chu­teiras de ouro. Fizemos, então, a chuteira dourada para ele.

3) EXAME - Mas na estreia ele usou a chuteira apenas no primeiro tempo. Isso foi uma decepção?

Mark Parker - É importante para nós que os jogadores se sintam confortáveis usando nossos produtos. A Nike não coloca pressão sobre os atletas para eles usarem produtos que não queiram. 

4) EXAME - Falando em decepção... Como a derrota brasileira afeta a Nike? 

Mark Parker - Vitórias incontestáveis são parte do esporte. O Brasil teve muitas no passado e terá muitas no futuro. Somos patrocinadores da seleção há 18 anos e continuaremos a apoiá-la e aos torcedores em qualquer situação. 

5) EXAME - Já existem metas de patrocínio para a Copa do Mundo na Rússia? 

Mark Parker - Existem negociações em curso e estaremos bem representados porque o futebol é um esporte muito importante para a Nike. Em 1994, quando começamos no futebol, tínhamos apenas 40 milhões de dólares de receita. Hoje são 2,3 bilhões de dólares, e estamos crescendo rapidamente. 

6) EXAME - Você vê a Nike liderando o mercado de futebol em termos de receita na próxima Copa do Mundo?

Mark Parker - Sim. Não sei como as outras marcas calculam seus números, mas eu sinto que estamos liderando em futebol e só vamos ficar mais fortes. Mercados emergentes como o brasileiro são o nosso motor porque têm uma grande população de jovens e mais de 1 bilhão deles vão entrar nesse mercado nos próximos dez anos. 

7) EXAME - Como o sucesso de audiência da Copa nos Estados Unidos ajuda a Nike?

Mark Parker - Na medida em que os americanos veem os Estados Unidos melhorando no futebol mundial, o interesse pelo esporte só cresce — e isso nos beneficia, é claro. Será o maior mercado de futebol para a Nike no futuro? Difícil dizer.

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