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Raia e Drogasil estão, enfim, juntas e rentáveis

A RaiaDrogasil, que neste ano mudou a marca para RD, é a empresa do ano no levantamento Melhores e Maiores, de EXAME

NB

Naiara Bertão

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 05h41.

Última atualização em 10 de agosto de 2017 às 17h05.

Entre os pouquíssimos setores  que não perderam receita com a recessão no ano passado está o comércio de medicamentos. As vendas de remédios e produtos de saúde no varejo cresceram 9%, para 84 bilhões de reais. A empresa que mais aproveitou o bom momento foi a rede de farmácias RaiaDrogasil, que neste ano mudou a marca para RD. Maior do ramo no Brasil, com 11% do mercado, a RD também lucrou mais em 2016. O faturamento aumentou 25%, para 11,8 bilhões de reais, e o lucro teve alta de 32%, para 451 milhões.

Hoje, é a sétima maior varejista do país, com vendas superiores às da Lojas Americanas e do Magazine Luiza, e desponta como a melhor do setor de varejo de MELHORES E MAIORES. “Finalmente apareceram os resultados do complexo trabalho de integração que fizemos desde 2012”, diz Marcílio Pousada, presidente da RD.

Marcílio Pousada, presidente da RaiaDrogasil: “Loucos por dados” para aumentar a rentabilidade (Germano Lüders / EXAME)

A empresa surgiu em meados de 2011 com a fusão das então concorrentes Raia e Drogasil. Os dois anos seguintes à fusão foram difíceis. O lucro não cresceu e, em 2013, as ações chegaram a cair 35%. O principal motivo foi a demora em integrar as empresas. Até 2013, Raia e Drogasil operaram como companhias separadas. A união começou a andar de fato naquele ano, quando os fundadores das duas companhias decidiram contratar um executivo de mercado para coordenar o processo — Pousada assumiu o lugar de Cláudio Roberto Ely, que ficou 13 anos como diretor-geral da Drogasil e outros dois como presidente da RaiaDrogasil.

“Isso deu neutralidade ao processo. Os funcionários pararam de ficar dizendo como faziam as coisas e começaram a olhar para a frente”, diz Eugênio de Zagottis, diretor de relações com investidores da RD e bisneto do fundador da Raia. A integração foi concluída no início do ano seguinte, quando sistemas de compras, estratégias de mar­keting e vendas, estoques e logística passaram a funcionar de forma unificada. Desde 2014, as vendas cresceram 52% em reais, o lucro mais que dobrou e as ações valorizaram cerca de 300%. Em 2016, apenas o aumento nas receitas, de 2,4 bilhões de reais, equivale ao faturamento da quarta maior rede de farmácias do país, a gaúcha Dimed, dona da rede Panvel.

Com o envelhecimento da população — as projeções indicam que, em 2050, haverá 66 milhões de brasileiros com mais de 60 anos, mais que o dobro de hoje —, as perspectivas para o setor de saúde são positivas. A estratégia da RD é continuar abrindo lojas: nos últimos três anos e meio foram inauguradas cerca de 550 e a meta é inaugurar outras 100 em 2017, elevando o total da rede para 1.620.

A empresa também investe para crescer no Nordeste, onde tem apenas 5% de participação de mercado. Sempre, claro, garantindo o lucro. “Somos loucos por dados. Olhamos os principais indicadores de vendas e satisfação de clientes de cada loja semanalmente para tomar decisões”, diz Pousada. “Nossa preocupação é crescer com rentabilidade.” Como o setor de farmácias é pulverizado — as cinco maiores empresas têm pouco mais de 30% do mercado —, crescer via aquisições é outra opção, ainda mais agora que a RD aprendeu o segredo de fazer isso bem-feito.

 

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