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Eleições nos EUA: Convenção democrata em Chicago traz ecos do caos em 1968

Convenção democrata será a mais desafiadora do partido em décadas. A EXAME estará lá

Joe Biden: depois de ir mal em debate, presidente dos EUA viu campanha pela reeleição entrar em crise (Jabin Botsford/The Washington Post/Getty Images)

Joe Biden: depois de ir mal em debate, presidente dos EUA viu campanha pela reeleição entrar em crise (Jabin Botsford/The Washington Post/Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 25 de julho de 2024 às 06h00.

Na manhã do dia 27 de junho, o político democrata Bill de Blasio, ex-prefeito de Nova York, estava em São Paulo. Em uma sala no hotel Rosewood, a duas quadras da Avenida Paulista, ele mostrou suas percepções para a disputa nos Estados Unidos. Naquela noite, haveria o primeiro debate entre Joe Biden e Donald Trump nas eleições de 2024. Blasio repetiu que confiava em Biden, mas ponderava que, em um debate, tudo podia acontecer.

O ex-prefeito de Nova York não tinha como prever que o Partido Democrata entraria em sua pior crise em cinco décadas: Biden foi — muito — mal no debate, o que levou a uma enxurrada de pedidos para que ele desistisse. O presidente deixou a campanha em 21 de julho.

A derrapada do democrata sacudiu uma eleição marcada por certo marasmo. Nas últimas semanas, uma reviravolta mudou tudo. No dia 13 de julho, um sábado, Trump foi alvo de um atentado: levou um tiro na orelha durante um comício na Pensilvânia. O ataque ocorreu dois dias antes da Convenção Republicana, marcada pela reaparição do ex-presidente. Em Milwaukee, no Wisconsin, ficou claro que ele continua estrela indiscutível do partido. A EXAME esteve na convenção e viu uma espécie de Trumplândia: produtos — como um livro feito com tuítes do ex-presidente e uma bíblia “patriótica” recomendada por ele — e apoio total. 

A EXAME faz neste ano uma cobertura presencial das convenções nos EUA, com três enviados: Rafael Balago, repórter de Mundo e autor deste texto, o editor Luciano Pádua e o analista Mauricio Moura. Os três participam do programa “O Caminho para a Casa Branca”, uma produção da EXAME e da Gauss Capital, disponível no YouTube e no Spotify, em episódios que analisam no detalhe os rumos da campanha.

Chicago guarda uma coincidência curiosa: em 1968, os democratas viveram ali sua pior convenção. Naquele ano, o presidente Lyndon Johnson desistiu da reeleição. Ele saiu da corrida em março, e Robert Kennedy despontou como favorito, mas foi assassinado em junho, no meio da campanha. “Neste ano, temos mensagens muito fortes a levar e fortes críticas a Trump. Nosso trabalho é apenas fazer isso de modo efetivo”, disse Blasio, em conversa com a EXAME. A inteligência política dos democratas será colocada à prova. Se a estratégia falhar e Trump vencer, o partido terá uma longa noite de quatro anos pela frente.

Próximas datas-chave das eleições nos EUA:

19 a 22 de agosto: Convenção Nacional Democrata

10 de setembro: Segundo debate presidencial na TV (a confirmar)

→ 5 de novembro: Dia da eleição

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