Barcos em Vanuatu, próximo às ilhas Salomão, no Oceano Pacífico: o pacote inclui paradas em 21 lugares paradisíacos (World Cruising/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 11h39.
Brisa marinha, sol e a Companhia que você escolher. E também chuva, vento e ondas gigantes, porque 15 meses naquele marasmo todo também cansa. De resto, nenhuma preocupação para perturbar as longas férias cruzando os sete mares. É isso que está vivendo, neste momento, o militar aposentado Rui Soares. Depois de uma vida dedicada à Força Aérea de seu país, esse português de 61 anos resolveu se dedicar a um hobby que cultivou desde a adolescência: a vela. E o fez em grande estilo. No fim do ano passado, completou em 20 dias a travessia do oceano Atlântico no Thor VI, seu veleiro modelo Moody 420, de 40 pés. Animado com o sucesso da viagem que o levou das Ilhas Canárias à ilha caribenha de Santa Lúcia, Soares resolveu estender um pouco mais o tempo no mar e... dar uma volta no globo. Assim como fez na travessia do oceano Atlântico, contratou um pacote da empresa World Cruising Club, com sede em Cowes, no sul da Inglaterra.
Por 12 000 libras esterlinas (pouco mais de 33 000 reais), a World Cruising Club se compromete a cuidar de toda a parte chata da viagem. O veleiro de Soares e outras 19 embarcações saíram de Santa Lúcia no dia 6 de janeiro. Já passaram por vários lugares paradisíacos, como Taiti, Bora Bora, Austrália e Indonésia. Atualmente estão na África do Sul e devem passar pelo Brasil antes de terminar a viagem, em 14 de abril de 2011, no mesmo porto de onde partiram. “Quando chegamos a um novo país, um funcionário da empresa vem até o barco trazendo funcionários da Imigração,” disse Souza a EXAME de Durban, na África do Sul, onde espera o tempo melhorar para ir à Cidade do Cabo. De acordo com ele, a World Cruising Club coloca à disposição uma lista de médicos em todos os países, mapas meteorológicos, mapas de correntes marítimas e de ventos, oferece telefones via satélite e mantém funcionários de plantão para resolver problemas. Orienta os velejadores sobre onde comprar comida e trocar dinheiro e ainda organiza festas em cada uma das 21 paradas.
A maior parte dos clientes é formada por casais de aposentados — os poucos barcos velejados por jovens têm suas peculiaridades. “Eles costumam viajar mais devagar. Começam num ano e só terminam com o grupo do ano seguinte”, diz Suzana Buraca, coordenadora da World Cruising Club. Quando saem da rota que faz parte do pacote, os velejadores ficam por conta própria. E é comum, nesses momentos, terem um choque de realidade. “Agora que estou sozinho em Durban, demorei um dia inteiro para conseguir seis carimbos para poder atracar”, diz Soares. A World Cruising Club também organiza viagens no Mediterrâneo e nos mares da Escócia, mas a joia da coroa é a volta ao mundo. A próxima começa em janeiro de 2012. Velas ao mar?