Instituto Inhotim,em Minas Gerais: visita guiada de quatro dias por 3.600 reais (Nelson Almeida/AFP/Getty Images)
Gabriel Aguiar
Publicado em 18 de agosto de 2022 às 06h00.
Visitas a museus e exposições estão na programação das férias da maior parte das pessoas. Quem quer fazer da arte o tema principal de sua viagem, no entanto, pode recorrer a um roteiro especializado, elaborado por especialistas. São os roteiros artsy, em que curadores indicam quais são as principais obras de cada lugar, todo o contexto histórico das produções e atrações longe dos holofotes, como é o caso dos ateliês de produção — que costumam ter acesso restrito ao público.
“Procuramos oferecer ao cliente uma experiência de imersão: é feita uma curadoria das exposições, toda a explicação baseada na história da arte e de por que vale conhecer determinadas obras”, afirma Esther Constantino, fundadora da Arte que Acontece. “Vai bem além do que simplesmente o tour de guias de viagem. Tanto que costumamos oferecer cursos e palestras com os artistas para aqueles que quiserem se aprofundar, porque, normalmente, são clientes que já consomem nesse mercado.”
É comum imaginar roteiros dedicados aos principais eventos do circuito internacional de arte, como as Bienais de Veneza e de Berlim; a Frieze de Nova York; a Art Basel de Miami; a Frieze de Londres; a Fiac e a Art Basel de Paris; ou até o inusitado Château La Coste, uma espécie de museu a céu aberto na Provence, na França.
O Brasil também tem atrações nesse sentido, com programações pelas cidades de São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro (como a SP-Arte e roteiros paralelos), e o Instituto Inhotim, em Minas Gerais.
“Essas viagens variam muito de valor conforme o destino, a moeda local, bem como a quantidade de professores e participantes envolvidos e o tempo dedicado no local”, diz Charles Watson, criador da Dynamic Encounters.
Viagens internacionais costumam ser realizadas ao longo de oito a 12 dias, enquanto no Brasil duram de quatro a cinco dias. Nos pacotes, é comum estar incluídos hotéis e traslados, além de professores e coordenadores, para facilitar o processo de organização durante os passeios.
Por ser uma experiência exclusiva — e, muitas vezes, personalizada para cada cliente —, os preços podem variar. Mas roteiros artsy costumam ser consideravelmente mais caros do que viagens convencionais.
Uma ida a Nova York, por exemplo, pode variar entre 5.000 e 6.000 dólares. Já a programação para Inhotim, com quatro professores e coordenadores para quatro dias de visitas, custa em torno de 3.600 reais, sem considerar alimentação, hospedagens e passagens. Quem disse que arte não tem preço?
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