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Sete Perguntas | De rede social a vitrine virtual

Para um dos mais altos executivos do Instagram, as redes sociais estão mudando a forma como as pessoas se relacionam com marcas e compram produtos online

Osofsky, do Instagram: “As pessoas querem descobrir mais produtos”  (Germano Lüders/Exame)

Osofsky, do Instagram: “As pessoas querem descobrir mais produtos” (Germano Lüders/Exame)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 7 de novembro de 2019 às 04h34.

Última atualização em 7 de novembro de 2019 às 10h27.

Fundado há nove anos, o Instagram estabeleceu-se como uma das principais redes sociais. Hoje com 800 milhões de usuários no mundo, mais do que um aplicativo de fotos, tornou-se uma importante vitrine para pequenas e grandes empresas construírem marcas e encontrarem clientes.

A avaliação é de Justin Osofsky, chefe de operações e segundo executivo mais importante do Instagram, comprado pelo Facebook em 2012.

Em entrevista realizada no escritório do Facebook em São Paulo, ele falou sobre a importância do app para os negócios. “A plataforma está evoluindo de um espaço de descoberta para um ambiente de compras”, diz Osofsky, que assumiu o cargo em junho, depois da saída dos fundadores Kevin Systrom e o brasileiro Mike Krieger, há um ano.

Como as redes sociais mudaram o comportamento do consumidor na internet?

Elas permitiram que as pessoas se conectassem com amigos, familiares e marcas. É possível ver conteúdos sobre tendências globais e também o que acontece em sua comunidade. Isso é algo especial trazido pelas redes sociais.

Uma pesquisa do instituto Ipsos, com 21 000 pessoas em 13 países, mostra que 92% delas consideram que seguir interesses e marcas é grande parte da experiência de usar o Instagram. Qual oportunidade há nisso?

As pessoas usam o Instagram para seguir empresas. A plataforma está evoluindo de um espaço de descoberta para um ambiente de compras. Isso favorece o empreendedorismo e permite que as pessoas transformem suas paixões em negócios.

A forma de comprar na internet está mudando?

Sim. As pessoas querem descobrir mais produtos e receber informações sobre eles. O modo clássico de compra online é semelhante a quando uma pessoa gripada sai à procura de um remédio específico. No Instagram, é como entrar em um shopping, ver algo interessante numa vitrine e comprar.

O senhor trabalhou no Facebook antes de assumir seu cargo atual no Instagram. O que trouxe de novo para a empresa?

Entrei no Instagram em meio a uma fase de transição. Estamos expandindo globalmente e tive essa experiência no Facebook. Lá, trabalhei em parcerias com empresas, operações e em marketing. Isso me ajuda a trabalhar bem com as equipes do Instagram.

O que mudou desde a saída dos fundadores do Instagram?

Mantivemos a simplicidade e o foco no cliente, valores que sempre guiaram o Instagram. Outras coisas evoluíram. Mudamos a forma como trabalhamos com o Facebook e agora incorporamos seus recursos de segurança. Fora isso, passamos a questionar alguns pontos importantes, como a visibilidade do número de curtidas nas fotos e a aba que mostrava o conteúdo que era curtido pelos amigos.

Por que decidiram remover o número de curtidas das fotos?

Estamos testando isso no Brasil e em outros países para remover a pressão sobre os usuários de publicar no Instagram. Nem toda foto precisa ser perfeita. Exploramos a medida como uma forma de voltar às raízes da empresa, permitindo que as pessoas publiquem aquilo que considerem importante.

Como vê o futuro das redes sociais?

O ambiente continuará a ser seguro para que haja autenticidade. Mesmo com internet das coisas e realidade aumentada, ainda há muito espaço para as redes sociais continuarem a crescer nos celulares, sempre oferecendo novas formas de expressão.

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