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Afinal, vale tudo pelos bitcoins?

A recente alta do bitcoin tem animado investidores a colocar parte do portfólio em moedas digitais, mas é preciso ficar confortável com a volatilidade

“Minha perspectiva para o ano é a melhor possível. Estamos vendo muita gente entrando no mercado, a adoção acontecendo e uma maior participação institucional”, disse Changpeng Zhao, presidente da Binance (Cyla Costa/Exame)

“Minha perspectiva para o ano é a melhor possível. Estamos vendo muita gente entrando no mercado, a adoção acontecendo e uma maior participação institucional”, disse Changpeng Zhao, presidente da Binance (Cyla Costa/Exame)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 05h59.

Última atualização em 4 de março de 2021 às 10h45.

Você provavelmente conhece alguém que tem bitcoins — e a chance de essa pessoa já haver se gabado de lucros exorbitantes é altíssima. Com valorização recorde em 2020, os criptoativos estão fazendo a cabeça (e o bolso) de muita gente. Representam uma tendência irreversível para o futuro do dinheiro.

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“Os ativos digitais promoverão mudanças de forma nunca antes vista”, diz Glauco Cavalcanti, presidente da gestora brasileira BLP Asset, que negocia fundos de investimento em criptoativos. Por isso, é bastante provável que o mercado cripto ainda cresça bastante e, no longo prazo, os preços das moedas digitais subam.

Essa perspectiva faz dos ativos uma boa oportunidade de investimento para o longo prazo. Mas o caminho até o futuro pode ser tortuo­so. 

Desde que foi criado, em 2008, o bitcoin já viveu muitos altos e baixos. A volatilidade é comum em mercados jovens e relativamente pequenos — o gráfico ao lado é prova. O cenário, entretanto, deve começar a mudar à medida que o setor se desenvolve. Em 2020, um grande fluxo de investimento institucional foi notado de forma inédita.

Tal tendência é importante para o amadurecimento desse mercado porque, diferentemente dos pequenos investidores, os institucionais (fundos de pensão, por exemplo) visam ao longo prazo e fazem aportes maiores. Também em 2020, gigantes de pagamentos digitais, como PayPal e Square, anunciaram sua entrada nesse universo, levando os criptoativos às suas centenas de milhões de usuários em todo o mundo.

Empresas como a desenvolvedora de soft­ware MicroStrategy, fundos bilionários como One River e MassMutual e famosos investidores globais como Paul Tudor Jones e Stanley Druckenmiller anunciaram que colocariam parte de seu capital em bitcoin. 

Essas novidades fizeram com que o bitcoin, que começou 2020 cotado a 7.000 dólares, fechasse o ano valendo quase 30.000. Na esteira desse sucesso têm surgido novas moedas, como o ether, do blockchain Ethereum.

“Minha perspectiva para o ano é a melhor possível. Estamos vendo muita gente entrando no mercado, a adoção acontecendo e uma maior participação institucional”, disse Changpeng Zhao, presidente da Binance, a maior bolsa de criptoativos do mundo, que fica sediada em Malta.

Mas não dá para menosprezar os riscos desses ativos. Diferentemente do mercado de ações, em que balanços e indicadores macroeconômicos servem de referência para projeções de preços, o mercado de criptoativos se comporta mais como o mercado de câmbio.

Os criptoativos sofrem reflexos diretos em relação à volatilidade, o que faz com que sejam produtos de alto risco pelo mercado especulativo. Por isso, é preciso saber se para o seu perfil de risco o investimento em bitcoins e demais criptomoedas vale a pena. Para isso, a EXAME desenvolveu um quiz interativo de perfil de investidor(a), com relatórios inéditos e recomendações de produtos a partir de seu resultado.

Prever o comportamento do dólar também é uma tarefa inglória. A recomendação dos especialistas para quem se interessa por criptomoedas é: invista no máximo de 3% a 5% de seu portfólio — e arrisque apenas o que pode perder.  

(Arte/Exame)


(Publicidade/Exame)

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