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Três tendências que apontam para a recuperação do setor do turismo

O setor de turismo está em preparação para um retorno fortalecido no próximo ano. E não faltam motivos para a empolgação

 (Gustavo Pedrosa/Exame)

(Gustavo Pedrosa/Exame)

Este 2022 certamente será o ano em que as pessoas perderão o medo, por assim dizer, de voltar aos aeroportos ou de pegar a estrada. Para a vontade latente de sair de casa e compensar o tempo de pandemia há até mesmo um nome (em inglês): revenge travel, algo como “vou viajar como nunca”.

Trata-se de uma tendência identificada em pesquisas como a realizada pela Harris Poll, que mostrou, inclusive, que o desejo de viajar só aumentou à medida que a pandemia avançou. A razão, como dito antes, é simplesmente não ficar mais trancado. E as companhias aéreas já registram nas vendas uma fagulha desse reaquecimento: em outubro de 2021, os voos domésticos recuperaram em 80% os níveis de passageiros que transportavam antes da pandemia.

Alguns pontos, como Recife, já observam 115% de fluxo aéreo, ou seja, recebem mais viajantes hoje do que em 2019. As motivações que devem justificar a compra de passagens seguem muito parecidas com antes da pandemia, mas existe o acréscimo de alguns diferenciais na hora de fechar o pacote. Apontamos a seguir três tendências.

1. ATÉ O LUGAR PERFEITO

Uma das demandas encontradas pelo setor de turismo é a busca pelo destino paradisíaco. Nesse caso, regiões com praias tendem a aparecer entre as principais preferências dos viajantes. “O litoral brasileiro no Norte e no Nordeste é insuperável. Esses destinos têm acelerado o turismo doméstico a ponto de criar a expectativa de que faltem assentos de aviões e quartos de hotéis durante o verão”, afirma Magda Nassar, à frente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav). Um cenário que já foi experimentado em julho de 2021 e fez as companhias aéreas aumentarem os trajetos internos em 30 novas linhas.

2. EM BUSCA DE NOVAS CULTURAS

O avanço da vacinação, sem dúvida, é o principal trunfo do turismo internacional. Por isso, no ano que se inicia os destinos com forte apelo cultural deverão experimentar, ainda que mais timidamente do que em outras categorias de viagem, um crescimento de 27% nas vendas de pacotes. Também surgem tendências interessantes e que antes não eram vistas no setor, como priorização da biossegurança, higienização e limpeza de ambientes, viagens de carro com roteiros curtos e que anunciem a sustentabilidade como diferencial. Mas as cidades mais procuradas não são surpresa: no ranking estão Nova York, Orlando, Paris e Cancún.

3. PORQUE O TRABALHO CHAMA

No ano passado, com a paralisação da economia a partir de março, as viagens realizadas por empresas quase não ocorreram. Mas o cenário será outro no ano que vem. Esse motivo de viagem deverá se recuperar já no primeiro semestre de 2022 em níveis quase pré-pandemia. “Os viajantes corporativos também vão desfrutar de uma nova dinâmica em seus roteiros, envolvendo uma rede de produtos e prestação de serviços que se digitalizaram e se tornaram mais assertivos e baratos. Isso vai de novos aplicativos a tecnologias que automatizam a viagem”, afirma Giovana Jannuzzelli, diretora da Associação Latino-Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev).

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