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Atacado, varejo e e-commerce

Magazine Luiza, Mercado Livre e Grupo Pão de Açúcar são destaques na categoria Atacado, Varejo e E-commerce no Melhores do ESG 2023

 (Leonardo Yorka/Exame)

(Leonardo Yorka/Exame)

Publicado em 14 de junho de 2023 às 06h00.

Magazine Luiza 

Depois de estrear no Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, o ISE, em 2021, Frederico Trajano, CEO da varejista Magazine Luiza, sabia que teria pela frente uma missão adicional — manter a chancela que avalia a qualidade das empresas segundo as metas de ESG, mesmo em um ano tão difícil para o varejo brasileiro. O executivo comemora a recondução ao grupo que faz parte do ISE. “Foi uma grande conquista. Isso porque a permanência no indicador se deu à custa de melhorias concretas em várias searas da companhia. Consolidamos nossos programas de ação afirmativa e treinamos milhares de lideranças no tema de diversidade e inclusão, aprimoramos nosso inventário de emissões de gases de efeito estufa e a nossa gestão interna de resíduos”, conta o CEO.  O Magazine Luiza também não descuidou de pautas mais antigas, como o combate à violência contra a mulher, e incluiu nos trabalhos o monitoramento dos fornecedores.

Apesar dos avanços aos olhos da B3 e do mercado, Trajano não abre mão de aumentar o comprometimento em ações dentro da companhia. “O desafio inexorável que se impõe, sobretudo para mim, é que essa barra interna deve continuar subindo. Mas a agenda pede urgência e seguiremos avançando, à revelia dos obstáculos”, afirma. Para seguir com as melhorias, a empresa decidiu levar treinamento a cerca de 3.300 lideranças sobre questões atreladas ao ESG, num total de 52 encontros ao longo do segundo semestre. Alguns temas poderiam passar despercebidos para investidores e concorrentes, mas não para quem está na “ponta”, fazendo o atendimento em uma das 1.400 lojas. Por exemplo, quando um cliente faz uma abordagem inadequada ao se referir à orientação sexual ou à raça do funcionário, explica Ana Luiza Herzog Drummond, gerente de reputação e sustentabilidade da companhia. Segundo a executiva, o treinamento serve de suporte para que os profissionais saibam como reagir quando são alvos dessas situações, não só no contato com consumidores mas também no dia a dia com outros colegas. O objetivo é, segundo Ana Luiza, deixar claro que o respeito à diversidade e a política de inclusão são inegociáveis para a companhia. 

A pauta ambiental é outra frente que vem avançando no Magazine Luiza. No varejo, esse é um tema desafiador. Afinal, como entregar os produtos na casa dos clientes equacionando o uso racional de embalagens e a integridade da mercadoria? A gestão de resíduos passou a fazer parte da estratégia da companhia nos últimos anos e, como diz Ana Luiza, “há um esforço grande para organizar a casa”. 

O Magazine Luiza criou comitês que têm estudado mecanismos de redução de resíduos e de consumo de recursos naturais. Há um ano e meio foi lançado o comitê de embalagens. O desafio naquele momento era reduzir o plástico que era enviado aos clientes. Ao inserir no processo o plástico reciclado, o Magazine Luiza conseguiu economizar no ano passado 300 toneladas de matéria-prima virgem. Agora, 60% do material usado na confecção das embalagens é reciclado. 

Em outra frente, o Magazine Luiza — maior vendedor de eletrônicos do país — tenta estimular a adesão dos clientes à iniciativa de logística reversa. Hoje, 500 lojas contam com coletores para o descarte de equipamentos eletrônicos, mas a adesão ainda não é a ideal. A empresa espera melhorar o desempenho com programas de treinamento para os líderes de lojas.

Paula Pacheco 


Mercado Livre 

O varejista Mercado Livre iniciou neste ano apresentações dos temas ESG em reuniões trimestrais para o conselho de administração. “A mudança foi feita porque os assuntos estão ainda mais centrais em todas as áreas de negócios”, diz Pedro Arnt, CFO do Mercado Livre. Segundo o executivo, o trabalho foca duas frentes: clima e impacto social. Na primeira, há iniciativas como o projeto Regenera América, de reflorestamento e regeneração. “Investimos de 2021 para 2022 18 milhões de dólares, que geraram mais de 6.000 hectares regenerados. No total, são 11 milhões de árvores protegidas ou replantadas”, diz Arnt.

Também na frente de clima, a empresa aumenta a frota de veículos elétricos: em 2022, chegou a 797 unidades na América Latina. Somente o Brasil opera 272 desses veículos, um aumento de mais de 532% em comparação com 2020. Houve também um investimento total de 800.000 dólares para a instalação de 210 pontos de recarga para veículos de última milha. Para o desenvolvimento das práticas ESG, os vendedores da plataforma são envolvidos. “Nosso propósito é democratizar os negócios do país. Por isso, formalizamos os negócios de 220.000 vendedores desde 2020”, diz Arnt. Outra ação é o destaque de produtos sustentáveis, sendo que 12 milhões de itens com impacto positivo foram vendidos na plataforma no ano passado.

Marina Filippe 


Grupo Pão de Açúcar

Em 2022, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) reduziu em 41,2% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de escopos 1 e 2. O desempenho evitou o lançamento de cerca de 212.000 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera na comparação com o ano anterior. 

O desempenho permitiu ao GPA superar a meta de redução estabelecida — de 38% até 2030 (ano base 2015). A nova meta é diminuir, até 2025, em 50% as emissões (com o ano base 2015). A cadeia de suprimentos também vem passando por transformações para se adequar à estratégia ESG divulgada pela companhia. No ano passado, quatro em cada dez ovos vendidos nas lojas da rede (ou 40,2%) eram cage-free, uma alta de 10 pontos percentuais em relação a 2021. O compromisso assumido em 2017 foi chegar a 100% das vendas de ovos de marcas próprias provenientes desse tipo de criação. Até 2028, a meta é atingir 100% com a inclusão de outros fornecedores. 

Para diminuir os impactos nos recursos pesqueiros, concentrados em espécies
como tilápia e salmão, o GPA se comprometeu a estimular o consumo de pescados menos frequentes nos pratos dos brasileiros, como carapau e pargo-rosa. A decisão faz parte da Política de Pescados, que inclui a inspeção de espécies sob risco de extinção. 

Paula Pacheco

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