Revista Exame

Melhores do ESG: os destaques do ano em saneamento e meio ambiente

Ambipar é a vencedora da categoria; Sabesp e Aegea são destaques

Saneamento e meio ambiente: os destaques do Melhores do ESG 2024  (Catarina Bessell/Exame)

Saneamento e meio ambiente: os destaques do Melhores do ESG 2024 (Catarina Bessell/Exame)

Publicado em 18 de junho de 2024 às 06h00.

A tecnologia tem sido uma aliada cada vez mais importante da Ambipar, empresa que desenvolve soluções ambientais. Desde o ano passado, algumas missões  arriscadas feitas por funcionários passaram a ser executadas por drones e robôs-bombeiros. O objetivo, no entanto, não é reduzir o número de postos de trabalho, e sim preservar a segurança dos profissionais expostos a riscos, como a inspeção de áreas potencialmente contaminadas ou de difícil acesso, e dar agilidade ao processo de diagnóstico do problema.

Os drones entraram em cena, por exemplo, no projeto de recuperação florestal em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, que teve as encostas “varridas” pelas fortes chuvas de 2023. Em parceria com o Instituto Conservação Costeira (ICC), estão sendo recuperados cerca de 200 hectares de áreas degradadas — o equivalente a 200 campos de futebol. Ao todo, o projeto prevê o uso de 6 quilos de sementes por hectare, de 20 espécies de plantas nativas da Mata Atlântica e da floresta ombrófila densa.

Se o plantio tivesse de ser manual, haveria o risco de pessoas trabalharem em encostas fragilizadas pelo volume de chuvas e levaria muito tempo. A cada hectare, são dispensadas pelos drones 20.000 biocápsulas, desenvolvidas pela Ambipar, feitas de resíduos industriais e recheadas de sementes e um condicionador de solo, também produzido com resíduos da indústria de papel e celulose.

Os drones e os robôs são alguns dos exemplos de como a inovação tem relevância na companhia. “Ganhamos tamanho e vimos que, ao atendermos outras empresas, precisaríamos colocar a tecnologia em outro patamar, moldando o grupo como um todo a essa realidade”, explica Rafael Tello, diretor de Sustentabilidade do Ambipar Group.

A inovação também está presente na gestão de resíduos eletroeletrônicos. Hoje, equipamentos de última geração são capazes de fazer a separação de plástico, papel e metal e até mesmo de um pequeno chip. “Iniciativas desse tipo são muito importantes. Hoje, no Brasil, a reciclagem é de apenas 4% do total de resíduos produzidos”, alerta o executivo. Dona de 26 patentes registradas, a Ambipar acelerou o crescimento nos últimos anos por meio de aquisições e sustenta números importantes, como a valorização de 80% dos resíduos processados.

No ano passado, no entanto, a empresa viu a necessidade de acelerar alguns processos internos para fazer um novo alinhamento de propósitos. Afinal, a chegada de outras áreas de atuação ao grupo também acentuou o desafio de azeitar as próprias engrenagens. A governança e a gestão passaram a ocupar outro patamar na estrutura do grupo, em todas as suas unidades de negócios, no Brasil e no exterior.

Para Tello, mesmo com tantas frentes de trabalho — incorporação e adaptação de novos negócios à gestão da Ambipar, ampliação de soluções voltadas para o crescimento dos extremos climáticos, e desenvolvimento de novas tecnologias —, a base da companhia continua sendo o trabalho com a economia circular. “Movimentar e enterrar resíduos não é a solução, e sim impedirmos que recursos valiosos se tornem lixo. Temos a filosofia da valorização. Com isso, todos os nossos processos e a visão de atuação são embasados no alicerce forte de sustentabilidade, gerando um modelo de negócios robusto”, diz o diretor da Ambipar.


DESTAQUES DO SETOR

As empresas que junto com a Ambipar se destacaram em Saneamento e Meio Ambiente

Sabesp

Investimento em energia renovável, projetos de economia circular para geração de biomassa e fertilizante, e modernização das estações de tratamento de esgoto (ETEs) para a recuperação de rios são algumas das linhas de trabalho da Sabesp.

A companhia de saneamento acredita que o trabalho nessas frentes tornará o negócio mais sustentável dos pontos de vista ambiental e financeiro, como no caso dos projetos das ETEs, preparadas para receber o novo volume coletado e reaproveitar o potencial do esgoto com foco nos conceitos de economia circular. O lodo tratado e o gás gerado no processo de reciclagem do efluente poderão ser usados em indústrias, diminuindo o impacto ambiental e os custos operacionais.

Aegea

Além do compromisso contratual, a Aegea tem se esforçado para avançar na universalização por meio de programas para levar saneamento a locais com infraestrutura mais desafiadora, como as favelas, os becos e as palafitas, por meio de soluções tarifárias acessíveis e intervenções customizadas para essas localidades. Paralelamente, a Aegea tem projetos de reflorestamento e de recuperação de bacias que incluem o Cerrado, manguezais e pastagens degradadas. O uso do lodo também tem sido pesquisado pela companhia. Hoje, o material serve para a produção de adubos e até para a fabricação de tijolos e bio-óleo.


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