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Equilíbrio: a pequisa, feita hectare por hectare, constatou que as lavouras ocupam 8% do território e que a vegetação nativa cobre 65% do país | Ricardo Beliel/Brazil Photos/Getty Images /
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2018 às 05h00.
Última atualização em 10 de maio de 2018 às 05h00.
Qualquer pessoa razoavelmente bem informada sobre as realidades da terra no Brasil sabe muito bem, e há muito tempo, que poucas coisas são tão estúpidas no imaginário popular e intelectual do mundo quanto a crença de que a agricultura e a pecuária brasileiras “destroem” a natureza. Na verdade, quanto mais bem instruída é a cabeça, mais espessa é sua ignorância sobre o assunto — e, quanto maior a ignorância, mais alta é sua voz e mais escandalizada sua indignação. Equivale, por exemplo, a sustentar como verdade científica que o Sol gira em volta da Terra. O problema é que as pessoas razoavelmente bem informadas sobre o agronegócio brasileiro são poucas; no Brasil, então, praticamente não existem fora do ambiente diretamente ligado ao trabalho e à produção no campo. As grandes autoridades nos problemas ecológicos supostamente ligados à agricultura, aqui, são a modelo Gisele Bündchen e similares; quando Gisele abre a boca para falar alguma coisa sobre o tema, o governo treme. A mídia reproduz suas afirmações como uma “denúncia”, sem mais preocupação em saber se aquilo tem algum nexo lógico. Na verdade, qualquer idiota que tiver carteirinha de “artista” e disser que o país está sendo destruído pela soja e pelo frango tem a seu dispor espaço imediato e ilimitado em nossos órgãos de informação. Se disser que a culpa de tudo é “do Temer”, então, é só correr para o abraço.