Kim Spalding: a inteligência artificial tornará os anúncios mais efetivos (Google/Divulgação)
Mariana Fonseca
Publicado em 13 de setembro de 2018 às 05h01.
Última atualização em 13 de setembro de 2018 às 16h47.
O buscador Google mudou a forma como as empresas anunciam e vendem seus produtos online. Mas sua onipresença deu força às grandes empresas, que podem pagar mais pelos anúncios. No início de setembro, o Google lançou uma nova ferramenta para empreendedores, sob o comando da americana Kim Spalding, diretora global de produtos para pequenas e médias empresas. A ideia é que robôs simplifiquem e barateiem a contratação de um anúncio, traduzindo as milhares de ferramentas do Google AdWords (o conjunto de soluções para anunciantes, rebatizado de Google Ads). Da Califórnia, Kim falou a EXAME por telefone.
O AdWords existe há 18 anos. Por que a mudança de nome?
A troca de Google AdWords para simplesmente Ads reflete duas decisões. A primeira é a nossa visão de simplicidade. A segunda porque o AdWords começou ajudando anunciantes a se conectarem com consumidores durante as buscas, por meio de palavras. Hoje, oferecemos experiências publicitárias em pesquisas, sites, aplicativos e no YouTube. Quem anuncia pode se conectar ao consumidor ao longo de toda a sua jornada na internet.
Como o Google pretende convencer os pequenos e médios empresários de que a publicidade online também é para eles?
Já fui uma empreendedora — durante nove anos, administrei uma adega. Os donos de negócios têm pouco tempo e assumem diversas funções. Nosso objetivo é que eles consigam fazer anúncios em alguns minutos, de forma intuitiva. Eles não devem se preocupar em escolher as palavras-chave e disputar leilões.
Como a inteligência artificial pode tornar os anúncios mais efetivos para esse perfil de anunciantes?
Vivemos uma época bem animadora para os publicitários, porque há muitas oportunidades para alcançar os usuários desejados. Ao mesmo tempo, fazer essa conexão da melhor forma também se torna mais complexo. Com a coleta de dados ao longo do tempo, o machine learning fica responsável por tornar essa oferta cada vez mais personalizada, eficiente e acessível.
Os consumidores estão confiando mais em anúncios de PMEs?
Noventa por cento dos brasileiros usam as buscas durante sua jornada de compra, e dois terços esperam achar uma pequena empresa em sua pesquisa. Então, sim, vemos essa receptividade. Mesmo assim, apenas 40% dos pequenos negócios brasileiros usam ferramentas digitais — nossa meta é chegar a 100%. O primeiro passo é ter uma presença online, e por isso temos a ferramenta Google for Business, que coloca seu negócio nas pesquisas e no Maps. Também lançamos uma ferramenta que permite criar um site em apenas dez minutos.
Por que a América Latina foi escolhida como a terceira região de lançamento, após Estados Unidos e Europa?
A América Latina tem um crescimento vibrante de pequenos e médios negócios, e isso justificou a prioridade a esse mercado.
Mesmo diante de recessões econômicas e turbulências políticas?
Investimos no longo prazo. Sabemos que esses acontecimentos acometem todos os países, uma hora ou outra, e isso não é o fator mais relevante no momento de decidir nossa estratégia.
Qual o papel do Brasil no crescimento do Google?
Com 12,4 milhões de PMEs e mais de 131 milhões de usuários de internet, o Brasil é um mercado-chave. É o único país onde temos um escritório de vendas, um Google Campus, um centro de engenharia e um YouTube Space. As ferramentas para PMEs devem fazer o Brasil ganhar ainda mais importância para nós.