Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual: “O investidor não deve sair do investimento pós-fixado” (BTG Pactual digital/Divulgação)
Editora de Finanças
Publicado em 23 de fevereiro de 2024 às 06h00.
Com a escalada de juros que ocorreu nos últimos anos e com o aumento da inflação, o investidor adaptou seu portfólio de investimentos e migrou de vez para a renda fixa. Em 2024, o cenário é oposto com a taxa Selic em queda. Mas isso não significa que a renda fixa sairá da carteira. Para os investidores com perfil conservador e moderado, a renda fixa deve representar mais da metade da estratégia de alocação. É o que indicam as carteiras do BTG Pactual (veja gráficos abaixo). Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), diz que o investidor não deve sair do investimento pós-fixado. Isso porque, no final do ciclo de corte, esse investimento terá um retorno atrativo, além da vantagem de ter baixa volatidade na carteira. Uma das recomendações são os investimentos atrelados à inflação. “A inflação ainda está elevada e segue longe da meta. Indicamos ativos de duration longa. Nos prefixados, vale destacar que ainda existem prêmios na taxa de juro, mas com retorno menor do que no ano passado.”
Na renda variável, existe um otimismo com ativos de risco, mas o economista recomenda cautela devido ao cenário externo. Devem pesar no cenário as decisões de política monetária do Federal Reserve. “Importante olhar qual será a magnitude do corte de juros e a velocidade. É isso que determina o futuro dos países emergentes.” Além disso, o cenário será impactado pelos dados da China, refletindo nos preços das commodities e no real. “Se a queda de juro dos EUA vier junto com uma desaceleração da China, em um primeiro momento o fluxo de investimento não virá para países exportadores de commodities, isso impacta a bolsa.” Diante desse cenário, a orientação é investir em ações atreladas ao cenário doméstico.