Revista Exame

A proteína que virou sobremesa: como um story ajudou a criar um negócio de R$ 200 milhões

Ouvindo o consumidor nas redes, a Bold, de barras de proteínas, encontrou novas oportunidades para crescer

Gabriel Ferreira, da Bold: “Tivemos de fazer um grande trabalho de gestão”  (Bold/Divulgação)

Gabriel Ferreira, da Bold: “Tivemos de fazer um grande trabalho de gestão” (Bold/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 23 de fevereiro de 2024 às 06h00.

Um simples story no Instagram contribuiu para transformar uma jovem marca em um negócio com faturamento que beirou os 200 milhões de reais em 2023. A mineira Bold foi marcada em um post por uma cliente que colocava as barrinhas de proteína no micro-ondas e as comia como sobremesa. Primeiro, a empresa desconfiou daquela “inovação”, e depois incorporou e estimulou o novo hábito. A recomendação da barra como sobremesa foi parar nas embalagens da marca e nas ações com influenciadores digitais.

“No início, o micro-ondas foi o grande ponto de virada da marca, juntamente com as embalagens coloridas”, afirma Gabriel Ferreira, fundador e CEO da Bold. Lançada em 2018 com foco em performance, a marca estava se reposicionando. Tinha abandonado as caveiras e o visual metálico do início para inaugurar uma abordagem mais leve, indulgente e com cores mais vivas.

O resultado foi uma avalanche de conteúdos e vídeos. Diferentemente de outros virais, a explosão da Bold não se deu do dia para a noite, mas como um movimento prolongado, acelerado na pandemia, quando as pessoas estavam em casa e podiam testar em segundos as trends que acompanhavam. Bem-vindo, o crescimento também abalou as estruturas da marca, que enfrentou quebras de estoque constantes entre 2020 e 2023. “Nós tivemos de pensar melhor o que devíamos produzir, quais os sabores e quando. Foi um grande trabalho de gestão”, afirma. Agora, a primeira fábrica será substituída por uma maior, com capacidade produtiva de 100 milhões de unidades por ano. Prevista para o próximo mês, a unidade pode fabricar cinco vezes mais do que a demanda atual. Ou seja, já  preparada para futuros virais.

Acompanhe tudo sobre:1260

Mais de Revista Exame

A tecnologia ajuda ou prejudica a diversidade?

Os "sem dress code": você se lembra a última vez que usou uma gravata no trabalho?

Golpes já incluem até máscaras em alta resolução para driblar reconhecimento facial

Você maratona, eles lucram: veja o que está por trás dos algoritmos