Ellen Fernandes, fundadora da Red Fitness (Mark Moraes/Divulgação)
Repórter de Negócios e PME
Publicado em 22 de março de 2023 às 06h00.
O uso de tecnologia deu um gás extra para a rede de academias Red Fitness, de São Paulo. A pandemia afugentou clientes. Na fase mais aguda do isolamento social, só 30% dos 4.500 alunos pré-pandemia aceitaram renovar as mensalidades apesar das condições camaradas oferecidas por ali.
Sem poder mudar o abre e fecha imposto pelas autoridades na crise sanitária, os donos da Red Fitness apostaram na automação do contato com clientes para reduzir a fricção no atendimento. Um software de gestão implantado em 2019, antes da crise, já havia resolvido o problema de acesso — só quem está com a mensalidade em dia passa a catraca.
A pandemia serviu para a Red Fitness transformar o sistema num big data dos clientes. Hoje, o software de gestão mostra indicadores como frequência dos alunos, ausência e inadimplência.
Os pagamentos também passaram a ficar registrados num sistema na nuvem, poupando a ida do aluno até a academia só para assinar a papelada. “A onda agora são os pagamentos por recorrência, como faz a Netflix, e temos essa inteligência”, diz Ellen Fernandes, que fundou o negócio em 2016 com o marido, Ronaldo Cardoso.
Os dados hoje permitem um atendimento personalizado. “Vamos desde as mensagens personalizadas de feliz aniversário até a identificação daqueles alunos com maior potencial de desistência, a tempo de reverter os cancelamentos”, diz.
Os resultados já vieram.
Um novo módulo, cuja função é permitir aos alunos que acompanhem, por totens, vídeos curtos com orientações sobre cada exercício durante os treinos, também diminuiu a necessidade de professores nas unidades.
Com um plano agressivo de expansão por franquias que prevê a abertura de pelo menos 60 academias nos próximos três anos, a Red Fitness busca faturar 7,2 milhões de reais em 2023.