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Dados & Ideias — a economia só tem a agradecer aos robôs

Os investimentos na digitalização da economia devem criar mais empregos do que eliminá-los e elevar o PIB de vários países, entre outros fatores

Linha de montagem de carro autônomo: líder de investimentos de uma economia que vai seguir crescendo | Qilai Shen/Getty Images /

Linha de montagem de carro autônomo: líder de investimentos de uma economia que vai seguir crescendo | Qilai Shen/Getty Images /

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2018 às 08h59.

Última atualização em 2 de agosto de 2018 às 15h48.

Embora arraigado entre os mais pessimistas, o temor de que tecnologias como inteligência artificial e automação vão destruir milhões de empregos no futuro pode ser infundado. Uma série de projeções tem mostrado justamente o oposto: os investimentos na digitalização da economia devem nos próximos anos aumentar a produtividade, criar mais empregos do que eliminá-los, elevar o produto interno bruto de vários países e provocar uma migração em massa de trabalhadores para ocupações de alto valor agregado na economia digital. A começar por recursos já aportados nessas tecnologias: em 2015, foram 2,5 bilhões de dólares, de acordo com a consultoria A.T. Kearney. Cerca de 20% do capital foi direcionado apenas para a aquisição de startups ou para o desenvolvimento de tecnologias para carros autônomos. Outro estudo, este da consultoria Bain & Company, mostra que, até 2030, as linhas de produção pelo mundo devem produzir 55% mais do que os níveis de 2015 graças à automação trazida por robôs. É claro que ocupações serão limadas: nos Estados Unidos, as funções perdidas deixarão de contribuir com o equivalente a 8 trilhões de dólares em renda do trabalho até 2030. Em compensação, os ganhos de produtividade com novas tecnologias de automação deverão injetar na economia 14 trilhões de dólares no mesmo período. Já o aumento da mão de obra empregada deverá representar a adição de outros 6 trilhões de dólares no PIB americano.

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LIXO

OS BRASILEIROS PEDEM MAIS LIMPEZA

Central de triagem de resíduos: o aperto fiscal dos municípios afetou a qualidade da coleta | Lucas Lacaz Ruiz/Futura Press

As prefeituras brasileiras deixaram de pagar 11 bilhões de reais às empresas de coleta de lixo por serviços feitos nos anos de 2016 e 2017, segundo a Abrelpe, principal associação do setor. É o dobro do calote visto no biênio anterior — consequência do aperto nos orçamentos públicos em razão da queda na arrecadação de impostos e da elevação de gastos sociais. Outro efeito: no ano passado, o número de municípios que despejam resíduos em lixões aumentou pela primeira vez desde 2003, quando a Abrelpe começou a monitorar esses dados.  “Muitas cidades reduziram o escopo dos contratos de coleta, e o serviço piorou”, diz Carlos Vieira da Silva Filho, presidente da associação. O resultado não poderia ser outro: melhorar a coleta está no topo da lista de prioridades de cidadãos. É o que mostra um estudo inédito do Colab, rede social em que cidadãos apontam problemas urbanos, com 1 040 entrevistados de todas as regiões do país. Para 68% deles, a prioridade para tornar os municípios mais sustentáveis é implementar uma gestão de resíduos que acabe com as enchentes causadas pelo lixo a céu aberto e políticas que incentivem a reciclagem.

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CONSUMO

MAMÃE, EU QUERO

O poder de convencimento da criançada brasileira está em alta. As compras de brinquedos e artigos de higiene pessoal, como cosméticos, crescerão no Brasil mais do que a média mundial pelos próximos três anos. É o que prevê a consultoria Euromonitor para as receitas em dólar desses segmentos. A voracidade infantil só não atingiu o vestuário: depois de amargar perdas anuais de 18% desde 2011, devido à concorrência asiática, o setor deve crescer 7% ao ano, ainda abaixo da média global, de 13%.

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SAÚDE

AINDA LONGE DA REVOLUÇÃO DIGITAL

Laboratório: o SUS quer migrar para exame eletrônico até o fim do ano | Leandro Fonseca

Colocar na internet dados médicos, como o calendário de consultas e os resultados de exames, tem sido uma cantilena repetida à exaustão por políticos em tempos de eleição. A ideia pega tão bem que o Ministério da Saúde prometeu em 2016 implantar prontuários digitais em todas as unidades do Sistema Único de Saúde até o final daquele ano. Não cumprida, a meta foi postergada para o fim de 2018. Mas, pelo jeito, ainda falta muito para chegar lá. Um estudo da consultoria Global Health Intelligence indica que 45% dos hospitais, clínicas e postos de saúde da rede pública e particular têm o sistema no Brasil. O índice é inferior ao do Chile (74%) e da Colômbia (50%),  mas está à frente do México (34%) e da Argentina (17%).

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