Projeto inacabado: 5 anos após a inundação, faltam: rede de água e esgoto, luz e até acesso para pedestres. (Bogdanhoda/Thinkstock)
Leo Branco
Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 05h55.
Última atualização em 2 de junho de 2017 às 17h36.
São Paulo — Um dos erros mais comuns da gestão pública no Brasil é a falta de planejamento. Eis mais um exemplo, que ocorre no conjunto Residencial Parque, em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Trata-se de um projeto que já consumiu 135 milhões de reais da Caixa Econômica Federal, da prefeitura e do governo estadual. A construção do empreendimento, voltado para as famílias de baixa renda vítimas das enchentes de 2011, terminou em 2015.
Hoje, os prédios estão prontos e parte das famílias que ocuparão os 1 600 apartamentos já sabe qual será sua unidade. Mas as chaves ainda não vieram. O motivo? Cinco anos após a inundação, falta todo o resto: rede de água e esgoto, luz e até mesmo um acesso para pedestres. O terreno fica às margens de um trecho perigoso da BR-116, mas as obras de uma passagem subterrânea só tiveram início no ano passado por pressão de uma associação de futuros moradores.
De acordo com a prefeitura, a empresa contratada para as obras de urbanização deve concluir os trabalhos em 60 dias. Até lá, os moradores terão de enfrentar outro drama: boa parte deles vive de aluguel custeado pelo governo fluminense e, devido à crise nas finanças públicas, outro enrosco enorme do governo esta-dual, os repasses de 500 reais para arcar com a moradia estão com atraso de até dois meses.
Segundo o governo estadual, os pagamentos só devem voltar ao normal após a quitação do salário dos servidores públicos, que está atrasado desde outubro. Enquanto isso, os apartamentos estão às moscas.