Você já sentiu aquela sensação de "cérebro apodrecido" após horas rolando o feed das redes sociais? Essa sensação tem nome: brain rot. A expressão, eleita pela Universidade de Oxford como a palavra do ano, foi escolhida por 37 mil pessoas em uma votação.
Apesar de ser tão atual, a palavra tem mais de cem anos. Originalmente, ela foi usada em um contexto bem diferente, mas foi o uso exagerado das redes sociais e o consumo de conteúdos que deram a ela a popularidade que tem hoje.
Em um comunicado divulgado na última segunda-feira, 2, o Dicionário de Oxford anunciou a inclusão de "brain rot" na base de dados, definindo-a como a "deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente causada pelo consumo excessivo de conteúdos (principalmente online) considerados triviais ou pouco desafiadores". O termo teve um aumento de 230% no uso em 2024.
And the official 2024 Oxford Word of the Year is... Brain rot 📱🧠 #OxfordWOTY pic.twitter.com/ePgpL28p9H
— Oxford University Press (@OxUniPress) December 2, 2024
Embora tenha se tornado uma palavra popular nos últimos anos, "brain rot" surgiu no século XIX. A primeira vez que foi registrada foi em 1854, no livro Walden, do filósofo Henry David Thoreau. Ele usou a expressão para criticar a tendência da sociedade de substituir ideias profundas por ideias mais simples e rápidas.
Nos anos 2000, o termo passou a ser usado de forma mais leve e, a partir de 2007, ganhou relevância no ambiente digital. Com o aumento do consumo de conteúdos de baixa qualidade nas redes sociais, a expressão refletiu uma preocupação crescente com os efeitos desse consumo.
A obsessão por redes sociais e plataformas de entretenimento também levou ao reconhecimento de um distúrbio: o uso problemático de mídia interativa. Pesquisadores do Boston Children’s Hospital, por exemplo, têm documentado os danos causados pelo uso excessivo dessas plataformas.