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Novo 'Indiana Jones' tenta recuperar o sucesso do "modelo Spielberg", mas se perde na mesmice

"Indiana Jones e a Relíquia do Destino", quinto filme da franquia, estreou na quinta-feira, 29, nos cinemas brasileiros

O filme retorna após um hiato de 15 anos de seu antecessor, "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal", lançado em 2008 (Indiana Jones/ Lucasfilm/Disney)
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 30 de junho de 2023 às 19h52.

Última atualização em 30 de junho de 2023 às 20h19.

" Indiana Jones e a Relíquia do Destino", quinto filme da franquia, estreia nesta quinta-feira, 29, nos cinemas brasileiros. A direção, assinada por James Mangold, relembra os primórdios do arqueologista e comemora, em 2023, os 40 anos de Harrinson Ford à frente do personagem.

O filme retorna após um hiato de 15 anos de seu antecessor, "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal", lançado em 2008. Além do protagonista, a Disney investiu em um elenco de peso. Compõe o longa-metragem os atores Phoebe Waller-Bridge ("Fleabag"), Antonio Banderas ("A Máscara do Zorro"), Mads Mikkelsen ("Hannibal"), John Rhys-Davies ("O Senhor dos Anéis"), Karen Allen ("Mar em Fúria"), Toby Jones ("Harry Potter e a Câmara Secreta"), entre outros.

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A tentativa de alinhar um retorno nostálgico do personagem e, ao mesmo tempo, desenvolver um quinto filme para a franquia, no entanto, pode não resultar no sucesso que os produtores esperam para trilhar um futuro ao título. O novo Indiana Jones até tenta, mas apresenta dificuldade em manter a novidade e a empolgação — essência dos filmes da saga — sem se perder em um roteiro muito preso à nostalgia.

O ponto mais forte vem da atuação e da brilhante experiência de seu elenco, em especial, de um já velho (e mais ranzinza) Harrinson Ford, agora com 80 anos, que adiciona ao 'Indy' não só uma maturidade inebriante como também um sentimento de passagem do tempo interessante aos olhos de um público que o acompanhou ao longo das últimas quatro décadas.

Mas será que vale a pena ver no cinema? A EXAME Pop assistiu ao filme com antecedência e traz uma visão de público comum para saber se vale a pena ou não investir na bilheteria.Confira:

Indiana Jones (Harrison Ford), digitalmente rejuvenecido (Indiana Jones/ Lucasfilm/Disney)

Passado que não funciona

Se tem algo que a franquia de Indiana Jones pode levar como triunfo são seus prólogos. Já de cara, a aventura do início é a essência que captura os fãs: o início de uma investigação que terá sua solução desvendada até o final do filme — e geralmente gira em torno de um objeto especial, raro ou perdido no tempo. "Indiana Jones e a Relíquia do Destino" tem esses elementos clássicos, mas acrescenta algo a mais: logo nos primeiros minutos é possível ver Indy rejuvenescido com inteligência artificial.E o resultado não é bom, não.

Se a Disney usou o recurso de rejuvenescimento nos novos filmes de "Star Wars" em passagens "estratégicas" (poucos frames, e rápido), o novo longa do Indiana Jones se debruça na tecnologia sem medo da composição do todo. E não só no rosto de Harrison Ford , como também no de Mads Mikkelsen e Toby Jones. Ainda que importante para o plot,a cena toda parece a introdução de um jogo de videogame:algo ali não funciona, não capta a atenção necessária e afasta a conexão com o público — ao invés de aproximar, pela nostalgia.

Mas apesar do começo digitalmente complicado, a cena seguinte, que apresenta o agora idoso Harrison Ford, faz o efeito até valer a pena: o contraste da idade, da aventura e da ação com a lentidão de um professor de outra geração em seu último dia antes de se aposentar, mostra quanto o ator consegue trazer profundidade ao personagem.

Helena (Phoebe Waller-Bridge) e Indiana Jones (Harrison Ford) (Indiana Jones/ Lucasfilm/Disney)

Futuro amadurecido

Não só o personagem é atingido pelos efeitos do tempo, como tudo em torno do filme de Mangold mostra quanto a saga envelheceu. Já com 80 anos, "Indy" parece não aproveitar a aventura dos mais jovens, ainda que a acompanhe, e esse é um dos contrastes mais interessantes do longa: um sentimento misto no avanço da idade, contrastado pelo melhor e o pior da terceira idade. A mistura de ritmos dos personagens em várias idades, de agitação e de pensamento, são fatores que aproximam o espectador de uma saga que caminha para um novo futuro e personalidade.

Boa parte desse contraste se dá pela atuação em conjunto com a extraordinária Phoebe Waller-Bridge. Mais nova e mais preparada para um futuro de aventuras, é nos olhos dela que ficam estampados os grandes feitos de Indiana Jones, as aventuras que, mesmo com idade avançada, ainda trazem muita experiência e maturidade ao enredo.

O humor agridoce, mas espirituoso, que a personagem dela traz, em contraposição ao evidente (e proposital) ‘cansaço’ de Harrison Ford torna toda a evolução do filme — e de seu controverso encerramento — mais palpável.

Indiana Jones (Harrison Ford) (Indiana Jones/ Lucasfilm/Disney)

O problema do tempo

O problema nessa “trajetória de maturidades”, no entanto, é que o ritmo do filme atrapalha o mergulho na essência do que é o Indiana Jones. Esse lado do mistério, da investigação, das peças do quebra-cabeça que se juntam, tudo isso demora para começar.

Imerso nos próprios dilemas de um velho Indy, o filme tem um problema evidente com as cenas de ação. Perseguições repetitivas e o mesmo roteiro coreografado para os poucos momentos agitados da aventura fazem com que, em partes, ele se torne um pouco maçante.

Doctor Jürgen Voller (Mads Mikkelsen) (Indiana Jones/ Lucasfilm/Disney)

O ótimo vilão de Mads Mikkelsen

É claro que, em se tratando de Indiana Jones, Harrison Ford rouba a cena. Mas vale o destaque para a atuação de Mads Mikkelsen no enredo. Boa parte do contraste da passagem do tempo, dos ‘novos heróis’ e ‘novos vilões’ está muito apoiada nele.

E não é exatamente simples trazer um bom vilão às telas, com propósito e princípios muito bem estabelecidos.

Indiana Jones (Harrison Ford) (Indiana Jones/ Lucasfilm/Disney)

Identidade ‘Indiana Jones’ em uma bela fotografia

Outro ponto interessante do filme foi a escolha dos filtros amarelos para trazer à tona a famosa “identidade Indiana Jones” aos olhos da câmera. Isso, alinhado a uma belíssima fotografia das paisagens de Sicília e Marrocos, fez a nostalgia dos outros filmes mais presente.

Helena (Phoebe Waller-Bridge) (Indiana Jones/ Lucasfilm/Disney)

Final controverso

Para fechar, o que vale a pena prestar atenção — e levar adiante — é o encerramento bastante controverso do longa-metragem. Como vários dos filmes de Mangold, os últimos minutos vão sem dúvida dividir opiniões entre os que o amaram e os que os odiaram.

Qual é a nota do Indiana Jones 5 no IMDb e Rotten Tomatoes?

" Indiana Jones e a Relíquia do Destino " tem nota de 7,0/10 no IMDb e 67% no Rotten Tomatoes.

No IMDb nota do novo filme é mais baixa quando comparada aos três longas da franquia, todos acima de 7,5. A direção de James Mangold só supera o quarto da saga, "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal", com nota de 6,5/10. Já no Rotten Tomatoes, o novo 'Indiana Jones' tem a pior nota da franquia.

-(Indiana Jones/ Lucasfilm/Disney)

Quando estreia Indiana Jones 5?

O filme estreou nos cinemas na última quinta-feira, 29, e segue em cartaz pelas próximas semanas.

Para qual streaming vai o novo Indiana Jones?

Depois de sair de cartaz, o novo filme do Indiana Jones vai para a plataforma de streaming Disney+.

Em que ano se passa o filme Indiana Jones?

O primeiro filme se passa em 1936. O último lançado nessa semana, se passa no ano de 1969, durante o período da corrida espacial da guerra fria.

-(Indiana Jones/ Lucasfilm/Disney)

Qual é a ordem dos filmes do Indiana Jones?

O curioso da saga "Indiana Jones" é que os filmes podem ser vistos de duas formas: pela data de lançamento ou pela ordem cronológica.

Veja abaixo a ordem de lançamento:

Veja a ordem cronológica:

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