Cameron: frustração foi essencial para a criação de O Exterminador do Futuro (Pascal Le Segretain/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 14h21.
O cineasta James Cameron, de 71 anos, afirmou que ser demitido de seu primeiro trabalho como diretor foi o impulso que o levou a criar O Exterminador do Futuro, de 1984, filme que viria a se tornar um marco do cinema de ficção científica e impulsionar sua trajetória em Hollywood.
Cameron participou do podcast On Purpose with Jay Shetty, onde falou abertamente sobre o impacto que a demissão de Piranha 2: Assassinas Voadoras, um filme de terror de baixo orçamento, teve em sua vida profissional. Na época, ele interpretou a saída do projeto como um fracasso pessoal, acreditando teria arruinado suas chances futuras na indústria. Mais tarde, o diretor descobriu que sua demissão foi "armada" não se devia à sua incompetência, mas o sentimento inicial de fracasso o colocou em uma posição em que precisava reagir.
Segundo Cameron, por conta da frustração de não conseguir outro trabalho de direção imediatamente, a única alternativa era criar sua própria oportunidade. Ele decidiu, então, escrever um roteiro original que pudesse realizar e dirigir por conta própria. Nasceu ali O Exterminador do Futuro, concebido com uma lógica narrativa que levava em conta limitações práticas, como orçamento reduzido e efeitos visuais que não exigissem grandes recursos, mas ainda assim fossem impactantes. Foi essa combinação de criatividade e pragmatismo que moldou a estética singular do filme, lançado em 1984.
O diretor explicou que precisava de um projeto que não dependesse de orçamentos astronômicos ou estruturas complexas de produção, como as vistas em sucessos da época — um desafio que acabou estimulando sua criatividade. Essa necessidade prática de criar algo viável com recursos limitados impulsionou elementos essenciais do enredo e visual da obra, contribuindo para a construção da icônica narrativa sobre viagem no tempo, inteligência artificial e sobrevivência humana.
"Será que eu teria criado essa história se não tivesse essas limitações? Não sei. Talvez não, mas no fim deu tudo certo", disse Cameron ao podcast.