Sede do BTG Pactual, em São Paulo: boosLAB, hub de negócios do banco para empresas tech está com inscrições abertas para startups (Leandro Fonseca/Exame)
Da Redação
Publicado em 26 de janeiro de 2022 às 10h21.
Última atualização em 26 de janeiro de 2022 às 10h21.
A pandemia acelerou ainda mais a transformação digital e impactou a forma como muitas empresas operam. No mercado financeiro, por exemplo, a digitalização serviu como catalisador para a descentralização do sistema financeiro. É o que mostra a segunda edição “O Futuro do Dinheiro”, produzido pelo boostLAB, hub de negócios do BTG Pactual para empresas tech, realizado em parceria com a aceleradora ACE Cortex. O estudo explica o surgimento de novas opções de investimentos como as NFTs (sigla em inglês para token não fungível), crowdfunding, e outros.
O estudo mostra o aumento no interesse por NFTs no ano passado, e cita a operação da casa de leilões Christie 's como exemplo, que vendeu sua primeira arte digital, a “Everydays — the First 5000 Days” do artista Beeple, por mais de US $ 250 milhões. Em novembro de 2021, a maior plataforma comercial de NFTs, a Open Sea, registrou 10 bilhões de dólares em volume transacionado e deve continuar crescendo nos próximos meses, principalmente com as novas operações dentro do metaverso, mundo virtual que une realidade aumentada e realidade virtual, segundo aponta o relatório Futuro do Dinheiro.
O levantamento também mostra que a modalidade de investimento coletivo o crowdfunding, deve continuar em alta como opção para capitalização de ativos digitais. Entre os modelos bem estabelecidos (doação, recompensas, dívida e ações) o crowdfunding de ações é o ramo de crescimento mais rápido, com um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de 33,9% entre 2016 e 2021.
No Brasil, segundo dados da CVM, o crowdfunding de investimento teve um aumento de 43% em 2020 em relação ao ano passado, movimentando mais de R$ 84 milhões. Durante a pandemia, esse modelo de investimento ajudou muitos empreendedores como uma alternativa de financiamento.
Ainda de acordo com o estudo do boosLAB, outra tendência que deve se tornar ainda mais forte é a tokenização de ativos (transformar qualquer tipo de ativo em tokens). Atualmente, o mercado global de tokenização está avaliado em US$ 1,9 bilhão de dólares em 2020, com a expectativa de crescer para US$ 4,8 bilhões até 2025.
Neste cenário, as startups vão continuar desempenhando um papel primordial no desenvolvimento desses mercados, explica Frederico Pompeu, sócio do BTG Pactual responsável pelo boostLAB. “As startups são extremamente importantes dentro desse ecossistema, principalmente para promover a descentralização e, ao mesmo tempo, oferecendo diferentes serviços aos consumidores ou soluções para os próprios bancos”, afirma Pompeu.
“O banco sempre buscou estar no estado da arte quando falamos desse novo tipo de tecnologia. Desde a ReitBZ (criptoativo que lançamos em 2019), a criação da Mynt (nossa plataforma de negociação de criptomoedas) e até mesmo o investimento que o banco fez na Resale, Startup que passou pelo boostLAB e que até aquele momento havia se financiado apenas através de Crowdfunding”, enfatiza Fred.
O boostLAB está com as inscrições abertas para a nona edição de seu programa de potencialização de startups em nível avançado, as chamadas Scale-ups. O banco vai selecionar startups brasileiras e internacionais (México, Colômbia e Chile) em nível avançado para participar do programa de potencialização em 2022. As inscrições podem ser feitas pelo site. Serão selecionadas de cinco a dez startups, que seguirão no programa pelo período de cinco meses.
Para participar do programa de potencialização, é importante que as Scale-ups tenham ao menos dois sócios com dedicação exclusiva, produto pronto, tração e vendas recorrentes para resolver problemas reais, de forma escalável.
Desde sua criação, o programa já recebeu mais de 2 mil inscrições e 60 empresas passaram pelo boostLAB. Sete startups potencializadas posteriormente receberam investimentos do BTG Pactual: A de Agro, Finpass, Pier Seguros, Spinet Bank (Liber Capital), Celcoin, iClubs e Digesto.
Em 2021, o boostLAB foi premiado pelo terceiro ano consecutivo como um dos melhores centros de inovação financeira do mundo (Best Financial Innovation Labs) pela revista Global Finance. O prêmio, que está em sua nona edição, busca reconhecer entidades que regularmente identificam novos caminhos e projetam novas ferramentas para o mercado financeiro. Esse foi o terceiro ano em que o prêmio elegeu os melhores laboratórios de inovação financeira do mundo, sendo o boostLAB o único centro do Brasil a figurar na lista ao longo dos três anos.