Até abril deste ano, o Brasil registra um déficit de quase 80 milhões na balança comercial com Israel. Os negócios entre os dois países somam cerca de 1,5 bilhão de dólares (Divulgação/Divulgação)
Rodrigo Caetano
Publicado em 16 de junho de 2021 às 17h34.
Última atualização em 18 de junho de 2021 às 13h52.
Os empreendedores brasileiros estão perdendo oportunidades de buscar financiamento em Israel. Segundo a Câmara Brasil-Israel, há interesse dos investidores israelenses em startups brasileiras, especialmente do agronegócio e de cyber-segurança, setores considerados prioritários por lá.
Segundo Renato Ochman, presidente da entidade, atualmente, o fluxo de negócios é mais intenso de Israel para o Brasil – estima-se que existam cerca de 300 companhias israelenses, a maioria startups, fazendo negócios no país. Porém, há oportunidades de ambos os lados.
“O agronegócio é o setor que vai dar um salto na relação entre os dois países”, afirma Ochman. Israel tem desenvolvido diversas tecnologias na área, como drones colhedores de frutas e sistemas de irrigação subterrânea. “A expertise brasileira no setor é reconhecida”, afirma o dirigente.
Até abril deste ano, o Brasil registra um déficit de quase 80 milhões na balança comercial com Israel. Os negócios entre os dois países somam cerca de 1,5 bilhão de dólares. O país importa, principalmente, adubos, fertilizantes e inseticidas dos israelenses.
Para Ochman, esses números, provavelmente, são bem maiores. “O setor de tecnologia não é muito bem contabilizado na balança comercial”, justifica. Ele ressalta que o trabalho da entidade é independente dos dois governos. “Fazemos quatro ou cinco missões por ano, com os empresários arcando com as despesas. A Câmara viabiliza os contatos.”
Gestora brasileira capta US$ 45 milhões para investir em Israel
A gestora brasileira Mindset Ventures levantou 52 milhões de dólares para o seu terceiro fundo de investimento, o Fund III, que encerrou a captação no primeiro trimestre.
A empresa de capital de risco é conhecida por sua atuação internacional. Fundada em 2016 por Daniel Ibri e Camila Folkmann, ela reúne investimentos de CEOs e family offices brasileiros que querem começar a investir em negócios promissores dos Estados Unidos e Israel, dois dos maiores polos de startups do planeta.
No total, a gestora espera investir em 20 empresas ao longo dos próximos três anos. Os investidores buscam startups de software que tenham uma operação voltada para o mercado corporativo e estejam nas suas primeiras rodadas de captação. No geral, a gestora aporta cheques de 500.000 a 1,5 milhão de dólares em cada empresa e sempre investe ao lado de fundos locais, que lideram as rodadas.
A grande estrela do portfólio da gestora hoje é a fintech Brex, sediada no Vale do Silício. A empresa foi fundada pelos empreendedores brasileiros Pedro Franceschi e Henrique Dubugras em 2017. Ela ficou conhecida por oferecer cartões de crédito corporativos para outras startups e empresas de inovação e é avaliada em 3 bilhões de dólares.
Agora, os sócios estão de olho em tendências que foram alavancadas pela pandemia e devem crescer em 2021, como softwares para automação e tecnologias que possibilitam trabalho remoto no campo e na cidade. O setor de games, que ultrapassou as indústrias do cinema e do esporte, também está no radar dos investidores.
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