Fernando Carrasco, Marcos Salama e Laura Camargo, fundadores da Inventa: startup levantou R$ 405 milhões em um ano (Inventa/Divulgação)
Poucas empresas têm o privilégio de ter um valuation milionário para chamar de seu pouco tempo após abrir as portas, mas a Inventa acaba de conquistar esse direito. Em pouco mais de um ano, a startup que atua como um mercado digital para pequenos lojistas já levantou R$ 405 milhões. Na rodada de captação mais recente, anunciada ao mercado nesta quarta-feira, 27, a empresa recebeu novos US$ 55 milhões (R$ 260 milhões) em uma rodada série B.
Este é o terceiro investimento do marketplace desde a sua fundação, em março de 2021. Em janeiro deste ano, a Inventa recebeu um cheque de R$ 155 milhões em uma série A capitaneada pela Monashees e Andreessen Horowitz e, três meses antes disso, a startup movimentou R$ 55 milhões em uma rodada seed.
À frente do round atual está o fundo de venture capital americano Greylock Partners, de Reid Hoffman, fundador do LinkedIn, e conhecido por investir em gigantes como Airbnb e Facebook. É a primeira vez que o fundo apoia uma empresa brasileira. Além da Greylock, também participaram da rodada os fundos de investimento Greenoaks, Andreessen Horowitz (a16z), Monashees, Founders Fund, Tiger Global, NXTP, ONEVC, MAYA Capital, Pear VC, Avenir Growth e A* Capital.
Criada pelos empreendedores Marcos Salama, Fernando Carrasco e Laura Camargo, executivos com experiência em gestão de unidades de supermercados, ciência de dados e finanças em empresas como Rappi, Gympass e McKinsey, a Inventa quer ser um ambiente digital de compra para facilitar a vida de lojistas.
O que a startup faz é, basicamente, digitalizar o processo de compra de mercadorias no atacado, conectando pequenos comerciantes a grandes indústrias em um marketplace digital com "cara de Mercado Livre", mas voltado totalmente ao segmento B2B. O diferencial, porém, está no uso de dados para mapear certos comportamentos de compra e adaptar o carrinho recorrente de lojistas e também oferecer melhores prazos e condições para pagamento.
A pandemia validou o modelo de negócio da Inventa. Com grande parte das pequenas empresas acelerando seus processos de digitalização, a compra de mercadorias feita no online passou a ser um passo natural e que sucedeu as vendas digitais em si.
Os resultados estão evidentes nos números: desde o último aporte, em janeiro, a empresa dobrou o número de lojistas cadastrados na plataforma para mais de 40.000. Já os fornecedores são cerca de 800, entre eles marcas como Davene, Lovme, Ruby Rose, Ki-Suco e Bombay.
Com três cheques em pouco mais de um ano, a Inventa tem caixa de sobra para gastar. O foco agora está em expandir o leque de produtos disponíveis no marketplace, ampliando a quantidade de categorias por lá. Segundo a Inventa, ainda neste ano novos itens como bijuterias, acessórios, itens de papelaria e produtos para pets irão estrear novas categorias, juntando-se a casa e decoração, bem-estar e mercearia.
“Com este novo aporte vamos continuar a contratar grandes talentos em diversas áreas, como vendas e tecnologia; e ampliar nossa capacidade de execução e aprimoramento de projetos, possibilitando abrir espaço a mais varejistas e marcas fornecedoras”, diz Marcos Salama, CEO e cofundador da Inventa.
Segundo Salama, o novo investimento em período tão curto de tempo simboliza a validação da operação na Inventa pelos próprios investidores. "Isso valida a qualidade da execução da operação e do nosso modelo de negócio e a confiança dos investidores", diz. "Somos uma empresa que cumpre o que promete e mantemos o foco muito claro, do melhor atendimento aos nossos clientes".
Os novos US$ 55 milhões também devem acelerar a ida da Inventa para fora do Brasil. A ideia é estar em outros países da América Latina em um futuro próximo, sobretudo Colômbia e México.