Entregar pizza, frango frito e comida indiana nas mãos de universitários famintos, pais e mães exaustos e profissionais do turno da madrugada deu certo para Jitse Groen, fundador da Takeaway.com. O preço da ação da companhia bateu recorde neste mês e mais que triplicou desde a abertura de capital em 2016. Ele ficou bilionário no caminho.
Holandês abre rival do Uber Eats na faculdade e fica bilionário
O aumento da demanda e diversas aquisições colocaram a Takeaway entre as três maiores em todos os países europeus onde opera
Mariana Fonseca
Publicado em 25 de abril de 2019 às 06h00.
Última atualização em 25 de abril de 2019 às 06h00.
A ascensão da empresa de entregas acompanha o crescimento no número de pessoas que vivem sozinhas e usam esses serviços com mais frequência. Na União Europeia, essa estrutura domiciliar ultrapassou a de lares com crianças em 2013.
A concorrência é brava. Líderes estabelecidas como Takeaway e Just Eat competem com Uber Eats e Deliveroo, que se expandem com rapidez em grandes centros urbanos.
O aumento da demanda e diversas aquisições colocaram a Takeaway entre as três maiores em todos os países europeus onde opera. As ações dispararam em dezembro, após o acordo para compra da subsidiária da Delivery Hero na Alemanha por cerca de US$ 1 bilhão, que encerrou uma rivalidade por participação de mercado que corroía a lucratividade das duas.
Groen, 40 anos, criou a Takeaway em 2000, no alojamento estudantil da Universidade de Twente, na cidade de Enschede, perto da fronteira com a Alemanha. Lá ele desenvolveu a primeira versão da plataforma que hoje conecta clientes esfomeados a mais de 44.000 restaurantes em 12 países. O patrimônio atual dele se aproxima de US$ 1,4 bilhão, segundo o Bloomberg Billionaires Index.
A Takeaway começou por Amsterdã e logo chegou a outras cidades holandesas. O próprio Groen cuidou da adesão das primeiras duas centenas de restaurantes. Quando a trabalheira aumentou e as normas da universidade impediram que ele se registrasse como estagiário da própria empresa, Groen abandonou os estudos para focar no negócio. Um porta-voz da Takeaway se recusou a comentar.
A operação processou 31,1 milhões de pedidos nos primeiros três meses de 2019, 51 por cento a mais que um ano antes. Na média, o serviço faz 345.556 entregas por dia ou 14.398 por hora.
Até Groen coloca a mão na massa. Mesmo sendo um dos homens mais ricos de seu país, ele às vezes pega uma bicicleta da empresa e entrega refeições pessoalmente.