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Fintech do Bradesco compra a carteira digital DinDin

A fintech Bitz justificou a aquisição dizendo que quer ter de 20 a 25% do mercado de carteiras digitais brasileiras nos próximos três anos

DinDin: a startup foi criada em 2016 com uma carteira digital. Hoje, a empresa oferece cartões internacionais e soluções para empresas (DinDin/Reprodução)
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Carolina Ingizza

Publicado em 29 de setembro de 2020 às 11h52.

Última atualização em 29 de setembro de 2020 às 15h37.

O Bradesco anunciou nesta terça-feira, 29, a compra da carteira digital DinDin por sua fintech que atua no mesmo segmento, a Bitz . O valor da transação não foi informado.

A aquisição da operação da fintech pelo Bradesco acontece para fortalecer a carteira digital Bitz, lançada no último dia 14 de setembro no mercado de brasileiro. Ela permite aos clientes fazer pagamentos de contas pelo celular e usar QR Code para fazer compras em estabelecimentos com as maquininhas da Cielo. O dinheiro que fica na carteira tem rendimento diário de 100% do CDI.

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"Queremos conquistar uma fatia entre 20% e 25% do mercado de carteiras digitais no prazo de três anos. Devemos fazer mais uma aquisição ainda este ano, com o objetivo de acelerar a estruturação do time e de crescer o negócio", afirmou o presidente-executivo da Bitz, Curt Zimmermann, em comunicado.,

O negócio foi anunciado no mesmo dia em que a plataforma digital do Santander Brasil, Pi, divulgou a compra de 60% da controladora da Toro Investimentos.

História da DinDin

A DinDin foi criada pelos empreendedores Stéphanie Fleury, Juliana Furtado, Renato Avila e Brunna Beccaro em 2016. A ideia do negócio foi de Fleury, que queria trazer para o Brasil o modelo digital de envio de dinheiro entre amigos que a startup Venmo tinha nos Estados Unidos.

Na época, o modelo não era popular no país e empresas como PicPay ainda estavam começando sua trajetória. Acreditando que conseguiria brigar com os grandes bancos, os sócios decidiram lançar uma carteira digital própria com ares de rede social.

“Rapidamente percebemos que não ia funcionar, o brasileiro não quer que as pessoas saibam com quem ela está transacionando dinheiro”, conta Fleury.

Então, estudando o mercado, perceberam que a maior oportunidade seria tentar trazer para o mercado financeiro as milhões de pessoas que estão fora dos bancos hoje. Com isso, mudaram o foco do negócio.

Ao longo dos últimos quatro anos, os produtos evoluíram. Hoje a startup trabalha com contas digitais para pessoas físicas e jurídicas, oferece transferências gratuitas entre pessoas, permite o pagamento de contas e a recarga de celular pela plataforma e ainda disponibiliza um cartão virtual para compras online.

Investimentos, sócios e futuro

Toda a operação foi comprada pelo Bradesco. Gradualmente, os produtos da DinDin serão incorporados ao Bitz. Os sócios fundadores Fleury e Avila seguirão na companhia, mas não mais como sócios.

Fleury diz que não pensava em vender a empresa até ser procurada pelo Bradesco. Ao compreender o quanto o banco queria investir no Bitz, os sócios decidiram que seria melhor vender a DinDin para acelerar o crescimento da startup.

“É um exercício de desapego, mas entendemos que com o Bradesco não teremos mais todos os percalços de não ter dinheiro para investir mais no negócio”, diz a cofundadora.

A startup cresceu com capital próprio até 2018, quando decidiu fazer uma captação pela plataforma de equity crowdfunding EqSeed. Na época, em 12 dias, a empresa conseguiu 600.000 reais.

Agora, com a venda da operação, os investidores recebem o retorno do seu aporte. Essa é a primeira saída da história da EqSeed—a plataforma, que existe desde 2015, já intermediou mais de 34 milhões de reais em investimentos em 26 empresas.

“A aquisição é um evento extremamente positivo para a DinDin, para os investidores e também para a EqSeed. A saída aconteceu antes do esperado, normalmente leva de quatro a cinco anos, mas com a DinDin o retorno veio em dois”, diz Brian Begnoche, cofundador da EqSeed.

 

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