Conheça a Menu, investida pela Ambev, startup nº 1 na lista do LinkedIn
O marketplace de produtos para bares e restaurantes ocupou o lugar do Nubank na lista de startups mais desejadas para se trabalhar do LinkedIn
Carolina Ingizza
Publicado em 23 de setembro de 2020 às 11h32.
Última atualização em 28 de setembro de 2020 às 15h50.
O LinkedIn divulgou esta semana sua lista anual de startups brasileiras mais desejadas para se trabalhar. O ranking da rede social surpreendeu porque startups veteranas, como Nubank , Neon e Loggi, perderam o primeiro lugar para a estreante Menu. A startup , fundada em 2016, é dona de um marketplace que conecta indústrias diretamente com bares e restaurantes . Durante a pandemia, o negócio se expandiu e chegou a 150 funcionários.
A empresa foi fundada pelos amigos Leonardo Almeida e Gustavo Penna. Os dois, respectivamente, tinham experiência nas áreas de e-commerce e indústria alimentícia. Observando a dificuldade que os pequenos negócios tinham para comprar produtos da indústria, decidiram criar uma startup que fizesse a ponte com os distribuidores.
O negócio foi estruturado com capital próprio até 2017, quando os primeiros investidores anjo apostaram na companhia. O investimento forneceu 18 meses de tranquilidade para a startup crescer pelo Brasil. Porém, em 2019, os sócios fundadores perceberam que precisaram fazer uma captação maior para investir na tecnologia necessária para que a Menu se tornasse um player de escala global.
Investimento da Ambev
Foi aí que conheceram a Z-Tech , o hub de inovação criado pela Ambev para pensar e investir em soluções que ajudem pequenos negócios. A Z-Tech decidiu investir na companhia, em rodadas equivalentes a séries A e B de captação, segundo Almeida. O valor exato do investimento não foi divulgado.
“A Z-Tech tem a missão de transformar a vida do pequeno e médio varejista. Quando conhecemos a Menu, vimos que eles tinham uma missão similar e um produto tecnológico já com tração no mercado”, disse Francisco Prisco, presidente global da Z-Tech, em entrevista anterior à EXAME.
Desde o investimento da Z-Tech em junho de 2019, a startup cresceu seu faturamento 50 vezes e quintuplicou o tamanho da sua equipe. Segundo Almeida, a empresa cresceu 50% ao mês nos últimos 36 meses.
Fora o capital investido, a Z-Tech ajudou a Menu conectando ela à sua rede global de especialistas em engenharia, experiência do usuário, finanças e comunicação. Trabalhar perto da Ambev também ajudou a startup a entender mais os problemas da indústria e a criar melhores ferramentas. “A própria marca da Ambev nos ajuda transmitindo legitimidade para contratar profissionais e fechar parcerias”, diz o fundador e presidente da Menu.
O marketplace da Menu
A Menu criou um serviço digital de atacado para bares e restaurantes. Sem precisar sair de casa ou da loja, o empreendedor consegue fazer pedidos dos itens que precisa para seu negócio, como bebidas, embutidos, ovos, massas e cereais. Hoje, mais de 150 empresas estão conectadas à plataforma, oferecendo mais de 20.000 produtos únicos.
A Menu não cobra nada de quem está comprando no marketplace, mas recebe uma taxa por venda de cada distribuidor. O valor pode variar de 2,5% a 12%, a depender do volume vendido por cada parceiro. Hoje, a startup atende os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nos próximos meses, o objetivo é entrar no Espírito Santo, atendendo toda a região Sudeste.
A logística pode ser feita tanto pela indústria quanto pela própria Menu. Caso a empresa parceira não tenha como entregar direto nos pontos de venda, ela deixa os produtos em um armazém da startup e ela se encarrega de levar até os bares e restaurantes que fizeram os pedidos.
Em março deste ano, percebendo que nem todos os pequenos negócios teriam um volume de pedido suficiente para comprar direto da indústria, a startup criou a Menu Box. Com o novo serviço, a companhia se encarrega de atender os clientes que precisam comprar somente uma ou duas unidades de cada produto.
Em 2019, a empresa já havia criado o Menu Hub, uma solução customizada para atender franquias, que, em geral, precisam comprar produtos padrozinados pela rede franqueadora.
Planos e expansão
Com a pandemia, que provocou o fechamento de bares e restaurantes de todo o país, a startup teve um segundo trimestre desafiador. Segundo Almeida, o pior já passou e agora a empresa espera uma melhora no setor de alimentação. A maior preocupação do empreendedor no momento é com a expansão regional, que precisa ser feita de forma consistente, atraindo novos distribuidores para poder atrair novos clientes.
No segundo semestre de 2020, o plano da Menu é investir em marketing e vendas para poder ganhar escala. Em 2021, com a empresa mais estabelecida no Sul e Sudeste, a startup planeja crescer quatro vezes de tamanho, entrando no Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
“Estamos todos os dias próximos dos empreendedores, queremos que eles se sintam acompanhados pela Menu. Somos mais do que apenas uma interface, somos aliados”, afirma o fundador.