aMORA, de aluguel com 'cashback', recebe aporte de R$ 16 milhões
Startup imobiliária permite que clientes morem em imóveis por três anos antes de comprá-los, de fato. Rodada também contou com Brian Requarth (ex-Vivareal e Latitud) e executivos de startups como Ifood, Zé Delivery e Swap
Luciana Lima
Publicado em 19 de abril de 2022 às 08h00.
A aMORA, startup do ramo imobiliário que oferece uma terceira via entre aluguel e financiamento, anunciou nesta terça-feira, 19, que recebeu um aporte de US$ 3,2 milhões (aproximadamente R$ 16 milhões) em uma rodada liderada pelo fundo de venture capital Founders Capital (GFC).
Além do GFC, também participaram do investimento os fundos Moore Strategic Ventures, Caravela, Plug & Play, Latitud, RBR asset, Pareto20, e os investidores-anjos Guilherme Bonifácio (Ifood), Diego Libanio (Zé Delivery), Brian Requarth (ex-Vivareal e Latitud) e Douglas Oliveira (Swap).
Com a quantia, a startup pretende aumentar o time de 15 para 25 pessoas e investir em tecnologia para aprimorar as ferramentas de avaliação de imóveis e de perfil de risco de clientes. Outra parte será investida na aquisição de imóveis em conjunto com investidores imobiliários. A empresa está finalizando processo para levantar um CRI (Certificado de Recebível Imobiliário) de R$ 30 milhões.
“Nós trabalhávamos no mercado financeiro e tínhamos algumas conexões com alguns fundos, então, mesmo antes de começar o negócio, buscamos nos aproximar para eles irem nos conhecendo. Sabemos que, nesse estágio inicial, sem gerar caixa e ter provado o modelo, os investidores apostam muito nos fundadores”, dizRafael Tellechea, cofundador da aMORA.
‘Cashback’ de aluguel
Fundada em 2021 porTellechea e os sóciosAram Apoviane Felipe Santos, a aMORA tem como público-alvo as pessoas que não possuem condições de arcar com os 20% de entrada de um financiamento tradicional. Ou querem experimentar um imóvel antes de se tornar proprietário de fato.
Na prática, após escolher um imóvel, os clientes procuram a aMORA e passam por uma análise de crédito. Depois, a startup avalia as propriedades em termos jurídicos, de avaliação de preço e até mesmo estrutura física. Se estiver tudo certo, aMORA compra o imóvel e aluga para os clientes por um prazo máximo de três anos, após o pagamento de 5% da entrada por parte deles.
Ao longo desse prazo, uma parte da mensalidade vai para um depósito criado pela empresa que pode ser recuperado pelo cliente ao final do contrato. Segundo os empreendedores, esse "cashback" varia de acordo com o valor da entrada do cliente, mas no caso do montante padrão, de 5%, ele corresponde a aproximadamente 50% da mensalidade.
Se ao final dos três anos o cliente quiser comprar o imóvel, ele pode usar o valor arrecadado para dar entrada em um financiamento tradicional, intermediado pela aMORA. Caso ele opte por se mudar, a startup vende o imóvel para uma terceira pessoa.
“Passamos por uma série de problemas primeiro com o aluguel e depois com a compra de imóveis. E, trabalhando com fusões e aquisições, pensávamos como o mercado imobiliário é travado, com poucas opções a não ser o aluguel ou o financiamento”, diz Apovian.
De acordo com o empreendedor, além de pessoas que, de fato, não contam com o dinheiro para dar a entrada nos imóveis, a startup também atrai quem quer comprar uma propriedade, mas opta por reformá-la primeiro, reservando uma quantia menor para o financiamento. Ou mesmo quem tem dúvidas quanto ao imóvel que escolheu e quer testar antes de fechar negócio.
Além da compra dos imóveis, aMORA também faz parcerias com imobiliárias. A startup, porém, não realiza nenhum tipo de financiamento, sendo responsável apenas pela intermediação entre os clientes e os bancos ao final do contrato.Embora não descarte possibilidade de também oferecer crédito para os clientes, os empreendedores afirmam que entrar nesse segmento não é uma das prioridades da startup.
“Acreditamos que o financiamento e o aluguel atendem muito bem algumas pessoas, mas queremos oferecer uma solução para quem está no meio do caminho. Antes de pensar em entrar no crédito, queremos investir no nosso produto e até mesmo esticar os prazos dos contratos para cinco ou oito anos”, completa Apovian.
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