9 startups que lucram com sites de gastronomia
Veja a história dos empreendedores que levaram a gastronomia e o gourmet para o mundo virtual
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2012 às 06h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h16.
São Paulo – Comprar vinhos, reservar um restaurante ou encontrar um lugar bacana para sair com os amigos. Os empreendedores já conseguiram levar boa parte dessas ações para a internet e diversas startups estão prestando serviços relacionados ao mundo do comer e beber. São empreendedores que viram na união da web com a gastronomia uma boa oportunidade de negócio. As plataformas online ajudam a fazer reservas, conhecer mais sobre vinhos e cervejas e pedir comida para delivery. Conheça nove pequenas empresas que fazem do setor da alimentação uma possibilidade de novos negócios.
O site lançado em julho reúne ofertas de vinhos e produtos gastronômicos, com curadoria de especialistas. “Selecionamos apenas produtos que adoramos, oferecidos em quantidades limitadas, e por não trabalhar com estoque nem com distribuidores, conseguimos oferecer preços muito abaixo do mercado”, revela Edson Barbosa, um dos sócios. A ideia surgiu quando o californiano Alykhan Karim, CEO do site, viu que modelos parecidos com esse darem certo nos Estados Unidos. Em parceria com Barbosa e Jô Barros, Karim começou a desenvolver relacionamentos com pequenos produtores e importadores. “Também trabalhamos com mercados e restaurantes para selecionar e harmonizar produtos”, revela Barbosa. A empresa teve apoio de investidores-anjo americanos. O faturamento pretendido para este ano é de 1 milhão de reais.
O Selo Reserva conta com chefs e sommeliers para garimpar novidades no mundo dos vinhos. A página traz no máximo 12 promoções por semana e os descontos podem chegar a 60%. Em dois meses no ar, tem 3 600 clientes ativos, mesmo com a limitação de exigir convite para participar. “Nossa ideia é ter um público selecionado, que realmente valorize uma experiência gastronômica. Todo mundo tem um amigo para quem ligar na hora de escolher um bom vinho. Nosso público vai confiar nos nossos curadores como se eles fossem seus amigos”, diz o sócio Andre Korenblum, que trabalha com os amigos Cristiano Lanna, Erik Nako, Caetano D´araujo e Alexandre Nako. O faturamento deve ser de 1 milhão de reais neste ano. “Nós já recebemos, inclusive, 400 mil reais em investimento de anjos em uma primeira rodada e estamos prospectando novos investimentos”, conta.
O site Wine também aposta na venda de vinhos online. “A nossa missão é contribuir para que haja o aumento do consumo consciente de vinhos finos em todo o Brasil, e para isso contamos com mais de 2 000 rótulos das principais regiões vitivinícolas do mundo, além de acessórios para degustação e produtos gourmet”, diz Rogério Salume, que é sócio de Anselmo Endlich. “Nós sempre acreditamos que poderíamos vender vinhos pela internet, mesmo sendo criticados. Nossa ideia é que as pessoas procuram algo mais, um serviço diferenciado e verdadeiro”, complementa. A renda da marca vem da comercialização de vinhos pelo site, e a expectativa de faturamento é de 60 milhões de reais para esse ano.
O Restorando é um site para reservas de restaurantes. “Ao reservar pelo Restorando, você nunca mas vai ter que esperar por uma mesa”, brinca Frank Martin, CEO e co-fundador do Restorando. Segundo ele, a vantagem para o restaurante é ter uma interface para a gestão de todas as reservas e um banco de dados dos clientes. A fonte de receita da marca é prioritariamente a quantidade de clientes gerados para os restaurantes parceiros. “Nós já até tivemos investimentos em um valor total de 4 milhões de dólares que vieram de fundos do Vale do Silício e outros fundos locais”, diz.
O ChefsClub é um clube de gourmets. O cliente paga para ter descontos em restaurantes selecionados. Segundo Fabrizio Serra, fundador do site, o conceito veio da Dinamarca. “Fiz o meu mestrado na Copenhague Business School e vi que esse negócio pegou rápido por lá. A fonte de receita principal da startup é a assinatura dos membros do clube, cerca de 10 reais por mês. “O diferencial hoje é que vendemos para o consumidor final e também fazemos pacotes diferenciados para as empresas, visando transformar o ChefsClub em um benefício corporativo”, diz. A expectativa para 2013 é estar presente em 15 cidades, com faturamento anual de 10 milhões de reais.
Essa proposta de pagar para ganhar desconto em restaurantes também é encarada pelo Grubster. “Os clientes reservam as mesas mais disputadas da cidade com 30% de desconto na conta, independente do número de pessoas na mesa”, diz Pedro De Conti, sócio da empresa. Para ele, o negócio é bom para os restaurantes. “Essa é uma ferramenta capaz de aumentar a ocupação de mesas ociosas”, conta. A ideia é que a ociosidade dos dias de pouco movimento sejam uma oportunidade de desconto. “Partimos da premissa de que não faz sentido cobrar do cliente em uma segunda-feira vazia o mesmo valor de uma sexta-feira com fila de espera”, revela. A fonte de receita da startup vem das reservas, pois o usuário paga 10 reais para receber o desconto na comida e na bebida. A expectativa de faturamento da marca para 2013 é de 10 milhões.
O site Donde Voy é um guia de restaurante colaborativo, que classifica os estabelecimentos com base na opinião dos usuários. O site está presente em São Paulo, no Rio de Janeiro e tem lançamento previsto para Belo Horizonte ainda em outubro. “É um local para encontrar novos restaurantes”, diz Pedro Cavalcanti, um dos sócios. As fontes de receita principais são anúncios, clube de relacionamento com os restaurantes e venda de cupons. O site ainda não tem faturamento. “Mas a expectativa para 2012 é que ele já seja autossuficiente, inclusive no que diz respeito a investimentos de mídia”, conta.
Até mesmo o delivery on-line chegou a essas plataformas, caso do iFood, que permite que os pedidos sejam feitos via internet ou com apps. Hoje, são mais de mil restaurantes expondo seus cardápios e prontos para atender a 35 mil pedidos por mês em oito cidades. “O objetivo é expandir o serviço para outras cidades e estados do país, chegando a mais de 5 000 restaurantes e redes de alimentação até 2014”, diz Felipe Fioravante, CEO da marca. A fonte de receitas do iFood é uma comissão de 10% sobre o valor de cada pedido enviado aos restaurantes. “Mas a comissão é paga pelos estabelecimentos”, explica. A previsão de faturamento para 2012 é de 1,3 milhão de reais. No ano passado, o site recebeu aporte de mais de 3 milhões de reais da Warehouse Investimentos.
O Have a Nice Beer é um clube de assinaturas de cerveja. “Todos os meses, o site entrega dois exemplares de duas das melhores cervejas do mundo juntamente com uma revista exclusiva”, conta Pedro Meneghetti. O cliente paga cerca de 68 reais mais o frete pelo serviço. “Na realidade, não há mensalidade, o associado paga apenas pelas cervejas que recebe. Portanto, o preço varia conforme o valor de cada seleção”, diz. A ideia surgiu quando Pedro ganhou de presente de seu amigo de infância, e hoje sócio, Rafael Borges, o livro “1001 cervejas para beber antes de morrer”. “O livro deixou um questionamento no ar: como fazer para beber todas essas cervejas, já que não temos tempo nem dinheiro para isso”, recorda Pedro. Para iniciar, eles tiveram o investimento de 200 mil reais e esperam faturar 3 milhões de reais neste ano.