6 startups que começaram na universidade
Buscapé e Facebook são exemplos de empresas que foram pensadas por empreendedores quando eles ainda estavam na faculdade
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2012 às 06h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h18.
São Paulo – As melhores oportunidades para empreender podem estar dentro de uma universidade. O empreendedorismo é incentivado em determinadas instituições por meio de incubadoras de startups e projetos que ensinam a como administrar um negócio. “Esse mundo universitário evoluiu muito”, afirma Fernanda Lancelloti, sócia da Dreams Arquitetura de Ideias, agência da capital paulista que atua no segmento de lembranças corporativas e promocionais. A empresa foi criada quando ela estava no último ano do curso de comunicação social, em 2003. Confira nas páginas seguintes outras histórias de empreendedores que tiveram a ideia de criar um negócio quando ainda estavam na universidade.
A Dreams Arquitetura de Ideias é comandada pelas sócias Fernanda Lancelloti e Marcelle Comi. Fernanda explica que o espírito empreendedor vem da família e lembra que, quando entrou na faculdade, sempre estava em busca de algo a mais. Começou a estagiar no primeiro ano. Com o estouro da internet, foi trabalhar com o irmão no site de apostas Vale uma cerveja. Parceiras desde a época da faculdade de comunicação social, a ideia de criar a Dreams surgiu quando Fernanda e Marcelle trabalhavam no braço digital de um grupo de comunicação. “As campanhas promocionais tinham pouca criatividade na ponta final”, explica Fernanda. Em 2003 nasceu a Dreams, quando Fernada estava no último ano do curso. Hoje, a empresa conta com 15 funcionários e clientes corporativos como o Bradesco, a Avon e a C&A.
O Facebook, uma das empresas mais conhecidas do mundo, foi criado por Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin quando eles ainda frequentavam os corredores da Universidade de Harvard. Zuckerberg cursava ciência da computação quando criou o programa Facemash, que permitia que os alunos da universidade escolhessem qual pessoa tinha a melhor aparência nas fotos. Em 2010, a vida do empreendedor e dos fundadores do Facebook chegou às telas do cinema com o filme A Rede Social. Hoje, Zuckerberg figura na lista dos bilionários da Revista Forbes, além de ser apontado como umas das pessoas mais influentes do mundo. Em maio deste ano, a empresa estreou na bolsa de valores e conseguiu captar 16 bilhões de dólares.
O Buscapé, site de comparação de preços, produtos e serviços, foi pensado pelo trio de empreendedores Romero Rodrigues, Rodrigo Borges e Ronaldo Takahashi quando eles ainda estavam na faculdade. Eles trabalhavam no Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (LARC) da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo e aprenderam a desenvolver e programar softwares. “Um dia eu estava procurando uma impressora para comprar e era difícil nos buscadores daquela época”, conta Rodrigo Borges, cofundador do Buscapé. Em seguida, ele disse que surgiu a ideia de criar um software que conseguisse entrar nas páginas de lojas e captar as informações de produtos e preços. Começaram a desenvolver em 1998 e um ano depois lançaram o Buscapé. O quarto fundador, Mario Letelier, entrou em 2000. “A gente trancou a faculdade e entre 2001 e 2002 nos revezamos para terminar o curso”, explica Borges. Para Borges, carreira e família passam a pesar na hora de empreender depois de se ter formado.
“O Entregador nasceu dentro de uma empresa quando a gente ainda estava na faculdade”, conta Leandro Morais, um dos fundadores da startup que agora se chama Peixe Urbano Delivery. A empresa era a B2ML, especializada na fabricação de softwares e criação de sites, que foi criada dentro da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Itajubá (INCIT) da Universidade Federal de Itajubá. Durante uma madrugada trabalhando na B2ML, dois dos seis fundadores do O Entregador sentiram necessidade de encontrar um lugar aberto com delivery de comida. Em 2008, a empresa foi criada e, no ano passado, o Peixe Urbano adquiriu a startup. A universidade foi um lugar importante para os empreendedores. “A gente usava os laboratórios, tinha acesso a professores e colegas faziam estágio na empresa. Até porque quando você está lá dentro, sua rede de contatos está formada”, explica Morais que hoje cuida da área de projetos estratégicos do Peixe Urbano Delivery. Atualmente o serviço está disponível no Rio de Janeiro e estreará em São Paulo até o final deste mês.
Juliano Martinez é formado em marketing e sócio-fundador do Resolva.me, que após parte ter sido vendida para o Buscapé Company, passou a se chamar Recomind.net. Formado em marketing, Martinez explica que foi durante o último ano da faculdade, em 2005, que ele teve a ideia de criar um serviço de classificações de serviços por meio de indicações. Ele conta que desenhou o projeto, mas o trabalho de conclusão de curso foi recusado pelos professores porque eles achavam que um projeto online não teria potencial para cinco anos. Martinez trabalhou por seis anos no Getty Images e tocava o projeto em paralelo. Somente em 2010, deixou o emprego e resolveu investir na sua ideia. Ao lado dos sócios trabalhou no conceito do Resolva.me, que foi lançado no ano seguinte. “Acho que a coisa que mais me ajudou foi o não. De fato, aquele não era o momento ideal”, afirma. Ele recomenda que estudantes que desejam ser empreendedores não desistam, pois receber respostas negativas faz parte do jogo. Sair da zona de conforto e buscar mentores são as dicas de Martinez.
O mineiro Gustavo Lemos é co-fundador da IDXP, uma startup que desenvolveu uma tecnologia que rastreia e permite monitorar o comportamento dos consumidores em tempo real. A startup ficou em primeiro lugar no IBM SmartCamp Brazil 2011. Formado em engenharia de telecomunicações, fez pós-graduação em finanças e estudou administração pela Stanford School of Business. No final da graduação, por meio do projeto final, ele teve a chance de colocar em prática sua ideia. “Não queria rastrear produto, mas acompanhar as pessoas”, afirma. Este ano, Lemos foi eleito o Empreendedor Global do Ano, edição 2011, da IBM. Ele e sua equipe estão no Vale do Silício desde junho desde ano e uma das metas para o final de 2012 é iniciar pilotos da tecnologia da IDXP nos Estados Unidos e na Europa.