5 startups brasileiras que clonaram modelos de negócios
Inspirar-se em modelos de negócio estrangeiros é alternativa lucrativa para vários empreendedores brasileiros
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2011 às 06h12.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h31.
São Paulo – Muitas startups crescem e fazem fortuna copiando modelos de negócios criados em outros países. No Brasil, os empreendedores – principalmente os de internet – estão sempre de olho em inovações criadas pelos gringos que podem ser adaptadas para o mercado nacional. O Peixe Urbano, por exemplo, inspirou-se no Groupon para ser o primeiro site de compras coletivas do país. O pioneirismo foi premiado com um lugar cativo entre os três maiores do seu segmento, mesmo após uma avalanche de clones ter invadido o mercado. Mas copiar um modelo de negócio estrangeiro nem sempre é garantia de sucesso. O que funciona bem lá fora não necessariamente vai dar certo por aqui. Diferenças culturais e os diferentes estágios de adoção de tecnologias podem influenciar no sucesso ou fracasso da empreitada. Confira, a seguir, cinco startups brasileiras que importaram tendências e se deram bem.
As compras coletivas talvez sejam o melhor exemplo da velocidade com que os modelos de negócios podem ser clonados e reproduzidos. O Groupon, primeiro site do gênero, foi criado no final de 2008, em Chicago. Menos de seis meses depois, os amigos Julio Vasconcellos, Emerson Andrade e Alex Tabor colocaram no ar a versão brasileira, o Peixe Urbano. Com mais de 100 milhões de reais de faturamento, o site emprega 700 pessoas e opera em 70 cidades no Brasil. O Peixe Urbano já recebeu investimentos de nomes de peso no segmento de capital de risco, como a Monashees Capital. No ano passado, um novo sócio entrou na operação, o apresentador Luciano Huck.
Ronaldo Takahashi, Rodrigo Borges e Romero Rodrigues eram estudantes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo quando começaram a pesquisar e desenvolver um software que pudesse pesquisar e comparar preços nas lojas virtuais. Em 1999, o site entrou no ar e ficou conhecido como um dos pioneiros na área no mundo. Mesmo assim, a ideia não era totalmente nova. Desde 1995 já existiam experimentos do tipo, como o BargainFinder, o Jango e o Junglee, todos nos Estados Unidos. Os três amigos investiram menos de 500 reais em um negócio que hoje deve faturar mais de 200 milhões de reais e, há dois anos, foi comprado pelo grupo sul-africano Naspers por 342 milhões de dólares.
Foi em 2009, durante uma brincadeira no evento de tecnologia Campus Party, que Jonny Ken Itaya teve a ideia de criar o migre.me. Ele queria medir a quantidade de cliques e não encontrou nenhuma ferramenta para isso. Depois de uma semana e 30 reais de investimento no domínio de Montenegro, o site estava no ar. Inspirado no encurtador de url tinyurl, o migre.me ficou instável já no dia do lançamento por conta da quantidade de acessos. Durante quatro meses, Itaya administrou o negócio durante as madrugadas e finais de semana. Hoje, o site cria mais de 200 urls encurtadas por minuto.
O crowdfunding tem ganhado cada vez mais espaço na rede e atraído a atenção do público para o financiamento de ideias criativas. Uma das referências na área é o americano Kickstarter, que já auxiliou mais de 350 mil pessoas a colocarem suas ideias em prática com mais de 30 milhões de dólares em recursos solicitados. A versão brasileira surgiu neste ano e é o Catarse. Junto com os sócios, o empreendedor Diego Reeberg começou com menos de 10 mil reais de investimento e espera viabilizar 1,5 milhão de reais em recursos para projetos neste ano.