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10 mitos sobre ter uma startup

Virar CEO e fazer sucesso muito rápido são os erros mais comuns em quem pensa em ter uma startup

Online: é um mito acreditar que basta ter um site ou blog para ser uma startup (Getty Images)

Online: é um mito acreditar que basta ter um site ou blog para ser uma startup (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 05h00.

São Paulo – No conceito geral, startup pode ser qualquer empresa nascente, mas a definição mais conhecida é de empresas de tecnologia com baixo custo de manutenção e modelo de negócio repetível e escalável.

Já bastante conhecido nos Estados Unidos, o conceito ganha mais força no Brasil e abre espaço para ideias erradas também. “O conceito de startup ficou banalizado”, explica Márcio Oliveira Santo Filho, associado da Inseed Investimentos. Veja abaixo dez mitos sobre ter uma startup.

1. Basta estar online e ter sorte

Como o conceito mais usado para startup está ligado a tecnologia, muita gente ainda acredita que basta colocar um site ou app no ar e ter sorte para aumentar os acessos. Isso, no entanto, não é sinônimo de sucesso. "Todo blog e site está sendo chamado de startup. Mas startup é uma empresa na fase inicial de operação, e tem meta, objetivo de longo prazo, missão, valor e diferencial competitivo", avisa Filho. 

2. Sucesso vem rápido

É fato que algumas startups fazem sucesso relativamente rápido, mas isso está longe de dizer que elas são lucrativas. “As pessoas acham que porque tem várias curtidas no Facebook estão tendo sucesso. Mas daí a gerar lucro é outra coisa. Cria-se a empresa para gerar lucros, se não se persegue isso, fica complicado”, diz Filho. 

3. Precisa de muito capital

Os fundos que investem em startups chegam a fazer aportes milionários em empresas ainda bem pequenas, mas isso não é garantia de sucesso. “Empreendedor acha que precisa de muito dinheiro para colocar o modelo em prática. Quando você tem uma ideia e um modelo de negócio, a primeira coisa é criar um protótipo, sem custos altos, e validar as hipóteses. Não precisa de equipe grande, o mais importante é testar, colocar o produto na rua e aprender com isso”, conta Camila Farani, da Lab22 e da Gávea Angels. 


4. Ser CEO faz toda a diferença

No mercado de trabalho, um executivo pode levar anos para virar CEO da companhia, cargo que exige responsabilidade e trabalho. Para Filho, os jovens empreendedores se iludem com a ideia de estampar o título no cartão, mesmo sem ter um negócio formatado.“Vejo muito isso em cafés e encontros. Um menino de 20 e poucos anos entrega o cartão e diz ser CEO. Não tem que ficar se vangloriando. Tem que botar mais o pé no chão”, opina. 

5. Manter o modelo em segredo é melhor

Outro mito comum é querer tentar esconder ou não dividir sua ideia com outras pessoas e até potenciais investidores. “A gente vê os empreendedores querendo manter o modelo de negócio em segredo. Mas, quando está validando o produto precisa do feedback constante”, diz Camila. Para ela, quanto mais conversar com as pessoas sobre a ideia, mais rápido consegue construir a startup. 

6. Basta ter uma boa ideia

Com muito capital disponível, basta ter uma boa ideia e um aporte para ser bem sucedido, certo? Errado. “Ideia todo mundo tem. A execução é que faz toda a diferença”, define Camila. Por isso, mais do que chegar à ideia perfeita, saiba exatamente como fará para tirá-la do papel. 

Além deste ponto, apegar-se emocionalmente à uma ideia pode ser um grande erro e, nem sempre, vai trazer bons resultados. “Aquela sua ideia pode mudar se você detectar uma nova oportunidade. Existe o mito de que precisa ter uma única e grande ideia, mas ela não vai valer a pena se não tiver mercado”, explica.

7. Copiar uma startup gringa é a melhor saída

Para muitos, a boa ideia pode vir de fora também. Copiar ou “tropicalizar” modelos de startups americanas não é garantia de sucesso, alertam os especialistas. “Cada mercado é um mercado. Tem mercados aqui que lá não tem, como uma classe C com tremenda propensão a consumir”, afirma Filho.


8. É preciso ser da área de tecnologia

A figura do empreendedor “nerd” e que sabe tudo de programação à frente da startup ainda é muito alimentada, mas não vale sempre. “Muitas vezes, os empreendedores com esse viés acabam não tendo visão de negócio. Mesmo que tenha uma ideia, tem que ser um bom gestor, mesmo não sendo expert na área de tecnologia”, diz Camila.

9. Seus finais de semana serão tranquilos

Empreender para muitos é uma forma de escapar da rotina de uma grande empresa. Ser levado por esse caminho com a ilusão de que os dias – e finais de semana - serão mais tranquilos sendo dono é um mito. “Quando começa, tem que mergulhar de cabeça. Se não está a fim de trabalhar sábado, domingo e de noite é melhor nem começar”, alerta Filho. 

10. Há um certo glamour nesta área

Vários empreendedores que começaram startups de sucesso costumam participar de eventos e palestras contando como foi a trajetória. Quase nunca falta um ar de glamour na história. A realidade, no entanto, é outra.

“O dia a dia de quem monta uma startup é de incertezas, ameaça constante de novos entrantes, e demanda cada vez mais exigente. O empreendedor vai dormir pouco, vai ter que comer macarrão instantâneo e passar mais tempo na empresa do que com a família. Esse glamour das palestras não existe”, diz Camila. 

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