Negócios

Zuckerberg reconsidera comprar terras no Havaí após revolta local

Trechos de terra pertencentes a nativos do Havaí se encontram dentro de uma grande propriedade que Zuckerberg comprou na ilha de Kauai

Forbes noticiou que Zuckerberg pagou quase 100 milhões de dólares pelos 283 hectares de praias isoladas no norte de Kauai em 2014 (Justin Sullivan/Getty Images)

Forbes noticiou que Zuckerberg pagou quase 100 milhões de dólares pelos 283 hectares de praias isoladas no norte de Kauai em 2014 (Justin Sullivan/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 12h00.

O diretor-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, disse estar reconsiderando suas iniciativas para forçar a venda de trechos de terra pertencentes a nativos do Havaí que se encontram dentro de uma grande propriedade que ele comprou na ilha de Kauai, depois de ser duramente criticado.

Zuckerberg apresentou o que é conhecido como ações de título silencioso para garantir porções de terra dentro de seu terreno à beira-mar em Kauai.

O sistema de título silencioso é usado para estabelecer a posse de terras em que a herança ocorreu ao longo de gerações e carece de documentação formal e para forçar a venda.

"Baseados na reação da comunidade local, estamos reconsiderando o processo de título silencioso e debatendo como ir adiante", disse Zuckerberg em um comunicado na noite de terça-feira.

"Queremos ter certeza de que estamos seguindo um processo que protege os interesses dos proprietários, respeita a tradição dos havaianos nativos e preserva o meio ambiente", acrescentou.

O representante do Estado havaiano, Kaniela Ing, que em reação à polêmica introduziu um projeto de lei obrigando a mediação em ações que envolvam havaianos nativos e comparou os planos de Zuckerberg aos dos barões do açúcar que tomaram terras dos aborígenes nos anos 1800, disse ter ficado encorajado com a notícia.

"Eu mahalo (agradeço) o senhor Zuckerberg por suas palavras de aloha (boas energias) e disposição para conversar", disse Ing em um comunicado na quarta-feira. Depois ele exortou o executivo de internet a abandonar suas ações legais, apoiar uma organização legal local e "se unir a nós na mesa para reiniciar um diálogo positivo como administradores mútuos da terra e da cultura".

O comunicado de Zuckerberg veio à tona poucos dias depois de ele publicar uma explicação para seus planos no Havaí em sua conta de Facebook, já que as notícias sobre suas ações provocaram manchetes e revolta.

Na postagem, ele disse que o terreno é composto de várias propriedades e que, embora tenha tratado com a maioria dos donos a respeito dos trechos para chegar a um acordo justo, apresentou as ações para identificar todos os proprietários parciais. Segundo ele, os trechos de terra poderiam ser divididos entre centenas de descendentes.

"Para a maioria dessas pessoas, agora elas irão receber dinheiro por algo que nem sabiam ter. Ninguém será forçado a deixar sua terra", escreve.

A Forbes noticiou que Zuckerberg pagou quase 100 milhões de dólares pelos 283 hectares de praias isoladas no norte de Kauai em 2014.

Acompanhe tudo sobre:FacebookHavaímark-zuckerberg

Mais de Negócios

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões