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Zica Assis planeja levar Beleza Natural para todo o Brasil

A ex-faxineira Heloísa Zica Assis deseja espalhar sua bem-sucedida rede de salões de beleza por todo Brasil e já pensa em levar sua marca para fora do país

Zica de Assis: atualmente, o Instituto Beleza Natural tem 18 lojas em quatro estados do país (Filipe Redondo)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 09h24.

Rio de Janeiro - A ex-faxineira Heloísa "Zica" Assis, que aparece entre as dez mulheres de negócios mais poderosas do país segundo a revista americana "Forbes", e que revolucionou o mercado com um produto capilar voltado para negras, deseja espalhar sua bem-sucedida rede de salões de beleza por todo Brasil e já pensa em levar sua marca para fora do país.

A rede de salões, Instituto Beleza Natural , é especializada no tratamento do cabelo crespo, mas sem alisamentos, e se popularizou rapidamente na periferia do Rio de Janeiro, ampliando consideravelmente seu poder aquisitivo nos últimos anos.

Atualmente, o Instituto Beleza Natural tem 18 lojas em quatro estados do país, onde chega a atender cerca de 100 mil clientes por mês. Segundo a empreendedora Zica Assis, seu salão deverá chegar as 120 filiais nos próximos quatro anos.

O mais curioso é que esse inegável sucesso da empresa se consolidou através de um produto capilar desenvolvido de forma artesanal há 20 anos por Zica, até então uma empregada doméstica, para chegar a uma "solução" para pentear seu próprio cabelo.

"Na época, eu procurava algo e só havia isso: ou você cortava o cabelo curto ou alisava, exceto na época do "black power". Só havia um tipo de xampu e era para lisos", comentou Zica à Agência Efe, junto com uma de suas sócias, Leila Vélez, em um movimentado salão do Beleza Natural no bairro Cachambí, na Zona Norte da capital fluminense.

Zica, que quando era empregada doméstica, segundo ela chegou a perder várias oportunidades de emprego por causa de seu penteado afro, considerado anti-higiênico por alguns patrões, muitas mulheres negras que buscam trabalho se veem submetidas à "ditadura da chapinha" para alisar os cabelos e evitar preconceitos.

"Hoje, elas (mulheres de cabelo crespo) podem se apresentar, ir a um casamento e procurar um emprego, e não tem por que não ter um cabelo com sua originalidade, com que possa se sentir muito mais segura. Porque há preconceito em relação a isso", disse a empreendedora.

Segundo Zica, "se você estiver com um cabelo "black (power)", muitas empresas já podem lhe rejeitar. Não vendemos produto, vendemos auto-estima", ressaltou a criadora do Beleza Natural.

Para chegar ao produto ideal, Zica fez diversos experimentos químicos, que eram testados em sua própria cabeça e na de seu irmão Rogério, mesmo que isso lhes custasse parte do cabelo.


A fórmula definitiva, devidamente aprovada pela vigilância sanitária, se transformou em um sucesso instantâneo no primeiro salão de beleza de Zica, montado em 1993, na Tijuca, perto da favela Catrambi, onde ela nasceu.

Graças à repercussão do tratamento inovador, em apenas três meses o salão de Zica já tinha fila na porta três horas antes de sua abertura, o que levou à expansão da empresa, também apoiada pela ONG internacional Instituto Empreender Endeavor.

Apesar de o primeiro salão ter sido aberto há mais de 20 anos, Zica observa 2014 como um grande desafio, já que o Beleza Natural pretende dar um grande salto, ou seja, duplicar o número de lojas em apenas um ano.

Para alcançar essa façanha, a empreendedora se apoiou em um investimento de US$ 32 milhões, apresentados em julho do ano passado pelo fundo de investimentos GP Investments.

A sócia Leila Vélez contou que, em um primeiro momento, se dispõem a "conquistar" o Brasil, o terceiro maior mercado de beleza do mundo, para depois começar a atravessar fronteiras, olhando especialmente para marcados como o dos Estados Unidos, da América Latina, do Caribe, da África e do sul da Europa.

A cultura de atenção ao cliente citada por Leila, muito focada na mulher da emergente classe média, é outro dos motivos do sucesso da marca.

Todos os salões são lojas espaçosas e modernas, com 700 metros quadrados em média, que oferecem serviços de primeiro nível a suas clientes, mas sem preços abusivos - independentemente da localização das lojas: seja na comunidade ou em Ipanema, bairro de elite do Rio.

O tratamento para os cabelos crespos do salão Beleza Natural custa R$ 80, mas cada cliente acaba gastando em média R$ 175 em cada visita, já que acabam adquirindo outros produtos complementares e serviços.

Para conseguir esses preços, inferiores à média do mercado brasileiro, a empresa projetou uma equilibrada divisão de funções: cada cabeleireira se especializa em uma fase do tratamento, enquanto as clientes mudam de mãos constantemente, o que dinamiza o processo com rapidez e especialização, além de baratear o processo.

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A rede de salões, Instituto Beleza Natural , é especializada no tratamento do cabelo crespo, mas sem alisamentos, e se popularizou rapidamente na periferia do Rio de Janeiro, ampliando consideravelmente seu poder aquisitivo nos últimos anos.

Atualmente, o Instituto Beleza Natural tem 18 lojas em quatro estados do país, onde chega a atender cerca de 100 mil clientes por mês. Segundo a empreendedora Zica Assis, seu salão deverá chegar as 120 filiais nos próximos quatro anos.

O mais curioso é que esse inegável sucesso da empresa se consolidou através de um produto capilar desenvolvido de forma artesanal há 20 anos por Zica, até então uma empregada doméstica, para chegar a uma "solução" para pentear seu próprio cabelo.

"Na época, eu procurava algo e só havia isso: ou você cortava o cabelo curto ou alisava, exceto na época do "black power". Só havia um tipo de xampu e era para lisos", comentou Zica à Agência Efe, junto com uma de suas sócias, Leila Vélez, em um movimentado salão do Beleza Natural no bairro Cachambí, na Zona Norte da capital fluminense.

Zica, que quando era empregada doméstica, segundo ela chegou a perder várias oportunidades de emprego por causa de seu penteado afro, considerado anti-higiênico por alguns patrões, muitas mulheres negras que buscam trabalho se veem submetidas à "ditadura da chapinha" para alisar os cabelos e evitar preconceitos.

"Hoje, elas (mulheres de cabelo crespo) podem se apresentar, ir a um casamento e procurar um emprego, e não tem por que não ter um cabelo com sua originalidade, com que possa se sentir muito mais segura. Porque há preconceito em relação a isso", disse a empreendedora.

Segundo Zica, "se você estiver com um cabelo "black (power)", muitas empresas já podem lhe rejeitar. Não vendemos produto, vendemos auto-estima", ressaltou a criadora do Beleza Natural.

Para chegar ao produto ideal, Zica fez diversos experimentos químicos, que eram testados em sua própria cabeça e na de seu irmão Rogério, mesmo que isso lhes custasse parte do cabelo.


A fórmula definitiva, devidamente aprovada pela vigilância sanitária, se transformou em um sucesso instantâneo no primeiro salão de beleza de Zica, montado em 1993, na Tijuca, perto da favela Catrambi, onde ela nasceu.

Graças à repercussão do tratamento inovador, em apenas três meses o salão de Zica já tinha fila na porta três horas antes de sua abertura, o que levou à expansão da empresa, também apoiada pela ONG internacional Instituto Empreender Endeavor.

Apesar de o primeiro salão ter sido aberto há mais de 20 anos, Zica observa 2014 como um grande desafio, já que o Beleza Natural pretende dar um grande salto, ou seja, duplicar o número de lojas em apenas um ano.

Para alcançar essa façanha, a empreendedora se apoiou em um investimento de US$ 32 milhões, apresentados em julho do ano passado pelo fundo de investimentos GP Investments.

A sócia Leila Vélez contou que, em um primeiro momento, se dispõem a "conquistar" o Brasil, o terceiro maior mercado de beleza do mundo, para depois começar a atravessar fronteiras, olhando especialmente para marcados como o dos Estados Unidos, da América Latina, do Caribe, da África e do sul da Europa.

A cultura de atenção ao cliente citada por Leila, muito focada na mulher da emergente classe média, é outro dos motivos do sucesso da marca.

Todos os salões são lojas espaçosas e modernas, com 700 metros quadrados em média, que oferecem serviços de primeiro nível a suas clientes, mas sem preços abusivos - independentemente da localização das lojas: seja na comunidade ou em Ipanema, bairro de elite do Rio.

O tratamento para os cabelos crespos do salão Beleza Natural custa R$ 80, mas cada cliente acaba gastando em média R$ 175 em cada visita, já que acabam adquirindo outros produtos complementares e serviços.

Para conseguir esses preços, inferiores à média do mercado brasileiro, a empresa projetou uma equilibrada divisão de funções: cada cabeleireira se especializa em uma fase do tratamento, enquanto as clientes mudam de mãos constantemente, o que dinamiza o processo com rapidez e especialização, além de baratear o processo.

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