YPF e Vale investirão US$ 5 bi em gás não convencional
Empresas vão investir em uma nova jazida descoberta na Argentina
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2010 às 14h56.
Buenos Aires - O grupo hispânico-argentino Repsol YPF anunciou nesta terça-feira que investirá US$ 5 bilhões em uma sociedade com a Vale do Rio Doce, para o desenvolvimento de uma jazida de gás não convencional no sudoeste argentino.
Trata-se do "maior investimento deste tipo na história argentina", sustentou nesta terça-feira em Buenos Aires o vice-presidente executivo da filial argentina YPF, Sebastián Eskenazi, ao anunciar a descoberta de reservas de gás "não convencional" e petróleo na província de Neuquén (1,1 mil quilômetros de Buenos Aires).
Eskenazi estimou que a partir deste investimento será possível alcançar "uma produção estável entre 4 e 5 milhões de metros cúbicos por dia" de gás na jazida de Loma de la Lata, a mais importante do sul do país, explorada pela companhia petrolífera.
"Em nossa campanha de prospecção obtivemos excelentes resultados. Só nesta primeira descoberta, a YPF passou de seis anos de expectativa de reservas em gás, para 16 anos", ressaltou Eskenazi em um ato do qual participou a presidente argentina, Cristina Kirchner.
O Executivo acredita que o achado remete ao "futuro da matriz", que deve ser analisado "em um plano de 15 ou 20 anos para ver como será desenvolvido".
A produção de gás da Argentina está em baixa desde 2004, quando uma crise energética obrigou o país a retomar as compras da Bolívia e racionar o abastecimento do fluido ao Chile, além de cortar a provisão a indústrias e automóveis.
Em meados deste ano, durante o inverno, o Governo dispôs reduções e cortes na provisão de gás à indústria a fim de garantir o abastecimento para a população durante as baixas temperaturas.
As vendas de gás boliviano ao Brasil e à Argentina cresceram 12,8% nos primeiros três trimestres de 2010, em relação ao mesmo período de 2009, e chegaram a 31,7 milhões de metros cúbicos por dia.
Na semana passada, a Bolívia confirmou que aumentará as exportações de gás à Argentina em 35% a partir de 1º de janeiro de 2011, em cumprimento de um contrato assinado em março.