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WeWork adia IPO após resposta fria de investidores

Empresa está sob pressão para prosseguir com a listagem de ações para garantir financiamento

Escritório da WeWork nos Estados Unidos: startup de escritórios compartilhados estava se preparando para um road show de investidores para sua abertura de capital nesta semana (We Work/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 18 de setembro de 2019 às 09h39.

Última atualização em 18 de setembro de 2019 às 09h42.

São Paulo — A We Company, dona da WeWork , adiou sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), deixando de lado os preparativos para lançá-la este mês após uma fraca resposta dos investidores aos seus planos.

A startup norte-americana de escritórios compartilhados estava se preparando para um road show de investidores para sua abertura de capital nesta semana antes de tomar a decisão na última hora na segunda-feira de desistir, disseram fontes familiarizadas com o assunto.

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A empresa está sob pressão para prosseguir com a listagem de ações para garantir financiamento para suas operações.

No período que antecedeu o lançamento de seu IPO , a We Company enfrentou preocupações com seus padrões de governança corporativa, bem como com a sustentabilidade de seu modelo de negócios, que se baseia em uma mistura de passivos de longo prazo e receita de curto prazo, e como esse modelo suportaria uma crise econômica.

A Reuters informou na semana passada que a We Company poderia buscar uma avaliação em seu IPO entre 10 bilhões e 12 bilhões de dólares, um desconto relevante em comparação com a avaliação de 47 bilhões de dólares alcançada em janeiro.

"A We Company está ansiosa pelo nosso IPO por vir, que esperamos concluir até o final do ano. Queremos agradecer a todos os nossos funcionários, membros e parceiros por seu compromisso contínuo", disse a empresa em um comunicado curto.

Se a We Company tivesse seguido com o IPO com uma avaliação tão baixa, isso representaria uma grande virada no crescimento na última década do setor de capital de risco, que levou ao surgimento de startups como a Uber Technologies, Snap e Airbnb. Isso significaria que a We Company seria avaliada abaixo dos 12,8 bilhões de dólares em patrimônio que levantou desde que foi fundada em 2010, segundo o provedor de dados Crunchbase.

E isso seria um golpe para o seu maior patrocinador, o SoftBank Group Corp, do Japão, em um momento em que está tentando reunir 108 bilhões de dólares com investidores para o seu segundo Vision Fund. O SoftBank estava discutindo apoiar o IPO comprando ações entre 750 milhões e 1 bilhão de dólares, disseram as fontes.

No entanto, a We Company decidiu na segunda-feira que, mesmo com o apoio do SoftBank, o IPO teria levantado pouco mais de 2 bilhões de dólares, abaixo da meta de pelo menos 3 bilhões de dólares. Essa meta está vinculada a uma linha de crédito de 6 bilhões de dólares que a We Company garantiu aos bancos no mês passado, que exige que faça uma abertura de capital até o final do ano e que levante pelo menos 3 bilhões de dólares, disse uma das fontes.

Se a empresa sediada em Nova York não cumprir essa meta até o final do ano, precisará garantir financiamento alternativo. O Wall Street Journal informou pela primeira vez sobre o possível atraso do IPO. A última vez que o SoftBank investiu na We Company foi em janeiro, avaliando a empresa em 47 bilhões de dólares ao injetar 2 bilhões de dólares em dinheiro. Ele estava pressionando a empresa a adiar seu IPO.

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