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Walmart terá de pagar milhões para resolver escândalo no México

Rede foi acusada, pelo New York Times, de pagar US$ 24 milhões para acelerar aprovação de construção de suas lojas no México

Walmart: México é o país com mais lojas fora dos Estados Unidos (Robert Sullivan/AFP)

Tatiana Vaz

Publicado em 24 de abril de 2012 às 11h00.

São Paulo – A rede americana Walmart poderá ter de pagar centenas de milhões de dólares em despesas legais e às sanções para resolver as acusações de suborno generalizado em sua subsidiária mexicana, dizem especialista em direito estrangeiro. As informações são do jornal Los Angeles Times.

A sede da empresa em Bentonville, Arkansas, está investigando as acusações, feitas pelo New York Times, de que a companhia no México estaria engajada em uma campanha de suborno de vários anos para construir seu negócio. A subsidiária teria pago até 24 milhões de dólares, desde 2005, em subornos para acelerar a aprovação de licenças para construção de lojas. O objetivo era manter a liderança no país e construir lojas com rapidez tal que evitasse o avanço de qualquer concorrente.

As alegações surgem em um momento em que o Departamento de Justiçatem sido o combate à corrupção estrangeira. A agência apresentou alguns de duas dezenas de processos contra empresas norte-americanas em 2010, em comparação com nenhum uma década antes. "O conselho de administração deve trazer uma empresa de fora para lançar uma investigação completa. Eles têm que abrir o registro de tudo o que aconteceu aqui", disse James Post, professor da área de gestão de negócios da Universidade de Boston.
As ações da companhia caíram 4,7% para 59,54 dólares na segunda-feira. Analistas disseram temer que a investigação pode se tornar uma distração para a empresa e dificultar a expansão para o exterior.

O caso

De acordo com a matéria do New York Times, em setembro de 2005 um advogado sênior da rede recebeu uma denúncia feita por um ex-executivo da empresa no México feita por e-mail. Nele, o ex-executivo, que disse ter sido o advogado responsável pela obtenção de licenças de construção da subsidiária mexicana, descrevia como a rede promovia uma corrupção generalizada a fim de facilitar a rápida expansão da rede no país. Nomes, datas e os montantes de suborno foram alguns dos detalhes dados no e-mail.

O Walmart abriu, então, uma investigação interna e enviou responsáveis por apurar se realmente algo de errado acontecia nos negócios da rede no México. Porém, funcionários responsáveis pelas práticas ilegais nem chegaram a ser notificados pela empresa. Eduardo Castro-Wright, diretor executivo da rede e um dos principais envolvidos no caso do suborno foi inclusive promovido a vice-presidente do Wal-Mart em 2008.

A matéria de acusação do The New York Times traz ainda provas contundentes sobre o caso. Mais de 15 horas de entrevistas com o ex-executivo, Sergio Cícero Zapata, que se demitiu da rede em 2004, após quase uma década no departamento da empresa imobiliária, detalham como ele ajudou a organizar todo o esquema de corrupção na empresa.

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São Paulo – A rede americana Walmart poderá ter de pagar centenas de milhões de dólares em despesas legais e às sanções para resolver as acusações de suborno generalizado em sua subsidiária mexicana, dizem especialista em direito estrangeiro. As informações são do jornal Los Angeles Times.

A sede da empresa em Bentonville, Arkansas, está investigando as acusações, feitas pelo New York Times, de que a companhia no México estaria engajada em uma campanha de suborno de vários anos para construir seu negócio. A subsidiária teria pago até 24 milhões de dólares, desde 2005, em subornos para acelerar a aprovação de licenças para construção de lojas. O objetivo era manter a liderança no país e construir lojas com rapidez tal que evitasse o avanço de qualquer concorrente.

As alegações surgem em um momento em que o Departamento de Justiçatem sido o combate à corrupção estrangeira. A agência apresentou alguns de duas dezenas de processos contra empresas norte-americanas em 2010, em comparação com nenhum uma década antes. "O conselho de administração deve trazer uma empresa de fora para lançar uma investigação completa. Eles têm que abrir o registro de tudo o que aconteceu aqui", disse James Post, professor da área de gestão de negócios da Universidade de Boston.
As ações da companhia caíram 4,7% para 59,54 dólares na segunda-feira. Analistas disseram temer que a investigação pode se tornar uma distração para a empresa e dificultar a expansão para o exterior.

O caso

De acordo com a matéria do New York Times, em setembro de 2005 um advogado sênior da rede recebeu uma denúncia feita por um ex-executivo da empresa no México feita por e-mail. Nele, o ex-executivo, que disse ter sido o advogado responsável pela obtenção de licenças de construção da subsidiária mexicana, descrevia como a rede promovia uma corrupção generalizada a fim de facilitar a rápida expansão da rede no país. Nomes, datas e os montantes de suborno foram alguns dos detalhes dados no e-mail.

O Walmart abriu, então, uma investigação interna e enviou responsáveis por apurar se realmente algo de errado acontecia nos negócios da rede no México. Porém, funcionários responsáveis pelas práticas ilegais nem chegaram a ser notificados pela empresa. Eduardo Castro-Wright, diretor executivo da rede e um dos principais envolvidos no caso do suborno foi inclusive promovido a vice-presidente do Wal-Mart em 2008.

A matéria de acusação do The New York Times traz ainda provas contundentes sobre o caso. Mais de 15 horas de entrevistas com o ex-executivo, Sergio Cícero Zapata, que se demitiu da rede em 2004, após quase uma década no departamento da empresa imobiliária, detalham como ele ajudou a organizar todo o esquema de corrupção na empresa.

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