Schmall, presidente da Volks no Brasil: aposta em novos modelos (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
Correção: A nota publicada trazia dois erros: em vez de 47 lançamentos no Brasil, os lançamentos previstos são no mundo. Outro refere-se à composição de custos. A nota a seguir já está corrigida.
São Paulo - "Espero não ter falado muito sobre nossa estratégia para nossos concorrentes", brincou o alemão Thomas Schmall, presidente da Volkswagen do Brasil, no simpósio sobre tendências e inovação na indústria automotiva, promovido pelo SAE Brasil nesta segunda-feira (30/8).
Segundo ele, a montadora prepara mais 47 lançamentos nos próximos cinco anos no mundo, somando-se aos 16 em 2009, e mais três previstos para este ano. Além disso, a Volkswagen já separou 6,2 bilhões de reais para investimentos no país até 2014.
O grupo, que detém dez marcas, entre as quais Audi, Porsche e Bugatti, enxerga o Brasil como um grande mercado automotivo onde investir - é o quinto maior do mundo atualmente. "O consumo está melhor, a renda cresceu e, com isso, há mais formas de financiamento", diz Thomas sobre o crescimento da classe média no país.
A estratégia da Volkswagen em investir na variedade de modelos, aliada à força da economia brasileira, vem trazendo bons resultados. Até 2006, a companhia apresentava índices negativos e, desde então, reverteu a situação. A expectativa é que o crescimento da empresa na região atinja a marca de 6% no próximo ano.
Concorrência chinesa
Dos 4 milhões de carros que o mercado brasileiro terá em 2014, a Volkswagen espera ter 25% do total. Thomas acredita que os chineses serão líderes no mercado de carros elétricos. "Eles investem praticamente tudo nessa tecnologia e deixam de lado os modelos mais comuns. Não faremos isso. E no Brasil há uma maior demanda por modelos flex", diz.
Ele lembra também do crescimento da competitividade no Brasil. "Hoje temos sete brasileiros para um carro, e essa relação cairá para 4,3 para um. Isso significa que, no futuro, o mercado será mais competitivo, por isso apostamos numa diversidade. O consumidor quer um carro cada vez mais personalizado", afirma.
Para que a empresa cresça, é preciso investir em sua matéria-prima. E não se trata de carros. "Precisamos de engenheiros bem treinados. E, como o Brasil ainda é um país jovem, teremos uma grande quantidade de profissionais, ao contrário de outros países", diz.
As margens positivas da montadora dependem também do material envolvido na fabricação dos carros. Hoje, 78% do custo de um carro é material, sendo 50% representados pelo aço, segundo Thomas, vem do aço. "Estamos estudando também materiais alternativos como alumínio e magnésio. O aço brasileiro ainda é muito caro e devemos importar no próximo ano cerca de 30%", diz.