Negócios

Volkswagen concede férias coletivas a 4.200 em fábrica em SP

A decisão paralisa a unidade que produz os modelos Voyage e up!, afirmou o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região


	Volkswagen up! produzido em Taubaté: as vendas de veículos novos no Brasil no primeiro bimestre recuaram 23 por cento ante o mesmo período do ano passado
 (Divulgação/Volkswagen)

Volkswagen up! produzido em Taubaté: as vendas de veículos novos no Brasil no primeiro bimestre recuaram 23 por cento ante o mesmo período do ano passado (Divulgação/Volkswagen)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de março de 2015 às 17h02.

São Paulo - A Volkswagen concedeu férias coletivas a 4.200 funcionários dos 5 mil trabalhadores de sua fábrica de veículos compactos em Taubaté (SP) até 18 de abril, informou o sindicato local nesta segunda-feira, em meio à queda nas vendas de automóveis no país.

A decisão paralisa a unidade que produz os modelos Voyage e up!, afirmou o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região.

Procurada, a Volkswagen disse em breve comunicado que "tem feito uso de ferramentas de flexibilização para adequar o volume de produção à demanda do mercado", mas não confirmou o número de funcionários em férias coletivas.

Segundo a entidade, a decisão da montadora ocorreu diante da suspensão do terceiro turno, que emprega cerca de 970 funcionários que serão remanejados para os dois outros turnos.

Essa alteração vai demandar mudanças no sistema de produção, o que exigirá a paralisação da fábrica e por isso foram concedidas as férias coletivas, disse o sindicato.

Outros 500 funcionários da fábrica estão afastados e 250 com contratos de trabalho suspensos (layoff). A Volkswagen anunciou em fevereiro do ano passado investimento de 1,2 bilhão de reais na fábrica de Taubaté para a implantação da linha de produção do up!.

Segundo o sindicato, a empresa havia planejado produzir 1.400 carros por dia na fábrica, mas a produção atual está em 850 unidades.

O analista do mercado de veículos Raphael Galante, da Oikonomia Consultoria, afirmou que a decisão da Volkswagen de encerrar o terceiro turno ocorreu diante da difícil conjuntura do mercado brasileiro este ano. Segundo ele, as vendas de veículos leves no país devem despencar 17 por cento em 2015.

"Se o up! estivesse bem de vendas, a Volkswagen sofreria só um pouco menos, seria um atenuante de uma situação crítica do setor este ano", disse Galante, citando que a média mensal de vendas do up! em 2014 foi de 4.905 unidades ante 15.225 do Gol, modelo mais antigo, também da Volkswagen.

Ele acrescentou que a montadora alemã registra queda de cerca de 22,5 por cento nas vendas de veículos leves no acumulado do ano até o último final de semana no Brasil, a 101,6 mil unidades, enquanto o mercado como um todo tem baixa de 17 por cento, a 618,3 mil.

Segundo a associação de montadoras, Anfavea, o setor terminou fevereiro com queda de cerca de 9 por cento no total de funcionários ocupados sobre um ano antes, a 142,3 mil.

Ainda segundo o sindicato, a fábrica de componentes para motores da Ford, também em Taubaté, mantém 137 trabalhadores em suspensão de contrato de trabalho (layoff). "Eles deveriam voltar amanhã ao trabalho, mas ainda dependem de decisão da empresa, que iniciou o layoff em julho passado", disse a assessoria de imprensa da entidade. A fábrica da montadora norte-americana emprega cerca de 1.500 trabalhadores.

Na semana passada, a Ford anunciou acordo com funcionários de sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP) para abertura de um programa de demissão voluntária para redução de 400 a 600 vagas excedentes, informou o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

A montadora norte-americana fechou um acordo com sindicatos do ABC e em Taubaté que prevê congelamento de salários este ano em troca de abono de 8 mil reais e reajuste de salários, para repor inflação, e abono de 1,7 mil reais em 2016.

*Texto atualizado às 16h52

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaEmpregosEmpresasEmpresas alemãsEmpresas americanasFordIndústriaMontadorasVolkswagen

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia