Concha Y Toro reforça compromisso com modelos sustentáveis de produção nos vinhedos (Concha Y Toro/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 20 de julho de 2022 às 10h00.
Última atualização em 21 de julho de 2022 às 16h24.
Desde o primeiro trimestre do ano passado, a Concha y Toro, uma das maiores exportadoras de vinhos do Chile, é uma empresa B. Para uma companhia ostentar esse título ela precisa promover o chamado impacto positivo e alinhar seus lucros a outros propósitos. A certificação é concedida pelo Sistema B International, organização que já engloba quase 4.400 companhias, 233 delas do Brasil.
A Concha Y Toro impôs a meta de reduzir suas emissões totais de CO2 em 35% até 2025, tendo como base o ano de 2017. O objetivo para 2030 é chegar a 55%. Em 2050, planeja a companhia, terá zerado as emissões de gases causadores do efeito estufa. A empresa gera 100% da energia necessária para produzir seus vinhos utilizando fontes renováveis.
Comprometida a elaborar rótulos originados em vinhedos sustentáveis, a marca acaba de lançar uma nova linha dedicada à natureza. É a Gran Reserva, composta por um Sauvignon Blanc, um Cabernet Sauvignon e um Carménère.
“A Concha Y Toro busca estar cada vez mais em linha com a demanda global por políticas de consciência ambiental e social, além de buscar inovação através de estudos e pesquisas para elaborar vinhos ecologicamente corretos e ao mesmo tempo excelentes”, diz Pietro Capuzzi, head de marketing da marca no Brasil.
No universo das empresas B, uma das mais célebres no Brasil é a Dengo, conhecida pelos chocolates de alta qualidade, geralmente incrementados com castanha de caju ou algum outro ingrediente regional. Um dos donos é Guilherme Leal, cofundador e um dos maiores acionistas da Natura.
Ele resolveu criar a marca de chocolates depois de circular pelos arredores de Itacaré, no sul da Bahia, onde mantém uma casa de veraneio. Não demorou para constatar que a economia local ia de mal a pior.
A Dengo foi criada para transformar a realidade dos produtores de cacau daquela região. A marca só compra matéria-prima de produtores do sul da Bahia que atendam a critérios definidos por um centro de inovação. E paga de 70% a 160% a mais do que é estipulado pelas bolsas de cacau. Os ganhos dos produtores ligados à marca de Leal cresceram 30%. A renda de uma família que se dedica ao cultivo do fruto vai de R$ 1.000 a R$ 1.700, em média.
É preciso lembrar que, globalmente, a base desse setor é formada por produtores de cacau extremamente pobres. Em Gana e na Costa do Marfim, na África, regiões que respondem por mais da metade da produção mundial dessa commodity, a renda média de quem se dedica ao cultivo do fruto, uma atividade ainda extremamente arcaica e familiar, gira em torno de US$ 1 por dia.
A Natura também faz parte da lista das empresas B. A gigante dos cosméticos diz gerar US$ 1,5 em benefícios para a sociedade para cada US$ 1 que fatura. Em 2013, atingiu a meta firmada em 2007 de reduzir 33% das emissões de gases do efeito estufa. As emissões que não podem ser evitadas são compensadas por meio da compra de créditos de carbono.
Outro marco da Natura rumo à sustentabilidade foi o lançamento da linha Ekos, no ano 2000. A iniciativa é fruto de um novo modelo de negócio que inclui a participação de comunidades agroextrativistas. O intuito é fomentar uma nova economia baseada na conservação da biodiversidade e valorização das populações locais.
Uma das metas traçadas pela companhia para 2050 é garantir que todas as matérias-primas de produtos, embalagens e materiais de apoio sejam provenientes de cadeias de abastecimento que atendam a um rigoroso processo de rastreabilidade e verificação socioambiental.
“Temos consciência de que a ambição de crescer, ampliar lucros e gerar valor para os acionistas é inerente à natureza do regime capitalista, mas ela pode e deve ser exercida de maneira virtuosa, criando riqueza também para a sociedade como um todo”, escreveram os três fundadores da Natura Antonio Luiz Seabra, Guilherme Leal e Pedro Passos no último relatório de sustentabilidade da empresa.
Em outro trecho da carta, os sócios afirmam: “Temos uma pretensão ainda maior: queremos crescer, sim, mas de forma sustentável, gerando impacto positivo tanto econômico, quanto social e ambiental. Pretendemos ir além da redução ou neutralização dos efeitos negativos de nossas atividades”. Que surjam mais empresas B.