Negócios

Via Varejo vai entregar compras no mesmo dia em todo o país

Expectativa é ter facilidade no primeiro semestree de 2021; companhia tem R$ 7 bilhões em estoque para compras na Black Friday e festas de fim de ano

Casas Bahia: principal rede da Via Varejo (Divulgação/Divulgação)

Casas Bahia: principal rede da Via Varejo (Divulgação/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 12 de novembro de 2020 às 17h02.

Última atualização em 13 de novembro de 2020 às 11h36.

A Via Varejo se prepara para entregar encomendas no mesmo dia em todo o país. De acordo com o presidente da companhia Roberto Fulcherberguer, a novidade deve estar pronta no primeiro semestre de 2021. “Muita gente fala de same day delivery na Faria Lima, no Leblon. Quando a gente fizer, será com convicção, no Brasil inteiro. Não estamos longe disso, já tenho os ativos aqui, o que precisamos é avançar na parte de tecnologia, e isso está ocorrendo rapidamente”, disse em teleconferência com analistas para comentar os resultados do terceiro trimestre.

Como ficam as ações da Magazine Luiza com o novo delivery da Via Varejo? Descubra se ainda vale a pena investir na Magalu.

Hoje, cerca de 35% das compras feitas na varejista são entregues em até 24 horas, através da startup de logística AsapLog, comprada pela Via Varejo em abril deste ano. Para chegar à entrega no mesmo dia, a varejista corre para adicionar camadas de tecnologia à estrutura física já existente, que inclui 27 centros de distribuição (o mais recente inaugurado no Pará), e 1065 lojas espalhadas pelo país, sendo que todas trabalham com a possibilidade de retirar o produto na loja e 500 funcionam como hubs de entrega na última milha até o consumidor.

A maior rapidez nas entregas é um dos pilares da varejista para brigar pelo primeiro lugar no varejo online. A meta é vender tanto quanto ou mais do que as principais concorrentes do setor. “Quando chegamos, falavam que estávamos muito atrás. Estamos provando que é muito rápido fazer a transformação digital e que os ativos da companhia são fortíssimos, quando operados direito. Não temos dúvida de que vamos disputar o mercado de marketplace rapidamente de igual para igual e até melhor que os concorrentes. Essa é a meta”, disse Fulcherberguer.

(EXAME Research/Exame)

No terceiro trimestre de 2020, a Via Varejo teve receita de 7,8 bilhões de reais, alta de 37,3% em relação ao mesmo período de 2019.  As vendas brutas de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) somaram 10 bilhões de reais entre julho e setembro deste ano, alta de 43,4% na comparação anual. O GMV do e-commerce foi de 4,1 bilhões de reais no trimestre, um avanço de 219% na comparação com o mesmo período de 2019.

Black Friday e crediário

A expectativa é de desempenho ainda melhor no quarto trimestre, período importante para todo o varejo, com Black Friday e festas de fim de ano. A Via Varejo se preparou com 7 bilhões de reais em estoque para o período. Com isso, a expectativa dos executivos é de que não haja falta de produtos, uma preocupação tendo em vista a escassez de matérias-primas no mercado, de plásticos a algodão e peças automotivas.

 

A varejista adiantou a campanha da data promocional, a fim de evitar aglomerações nas lojas na semana da Black Friday, que tradicionalmente ocorre em 27 de novembro.

Outra aposta importante da Via Varejo diz respeito a sua operação de crediário. Em maio a companhia anunciou a compra de 100% da fintech Banqi, permitindo acesso a serviços de saques e depósitos em lojas da Casas Bahia e nas lotéricas, pagamentos de contas, boletos e carnês pelo celular.

De acordo com a companhia, o Banqi já tem 1 milhão de contas abertas, sendo que 600 mil foram abertas nos últimos três meses, mesmo com parte das lojas da rede ainda fechadas. Com a fintech, a Via Varejo tem digitalizado o crediário, economizando 30 toneladas de papel em um ano, ao fazer contratos e carnês digitais. Segundo o CEO, a meta é que o Banqi torne-se a “carteira digital da classe C”.

Lojas físicas

Nas lojas físicas, a companhia anunciou que estuda fechar unidades em regiões onde há muitas lojas próximas umas das outras. São 100 unidades com possibilidade de fechamento. Segundo os executivos, as unidades próximas captariam as vendas das unidades fechadas, permitindo economia e evitando sobreposição.

“Temos micro regiões com sete lojas. A ideia é fechar uma e capturar a venda nas demais lojas. De forma que o benefício é redução da despesa fixa das lojas fechadas, gerando uma alavanca de melhoria de rentabilidade”, afirmou Orivaldo Padilha, vice-presidente financeiro.

A proposta surgiu após o fechamento das lojas durante a pandemia. Na reabertura, a companhia decidiu manter algumas unidades fechadas nessas regiões específicas e percebeu que as vendas eram captadas pelas unidades vizinhas. O processo está em estudo e não há definição sobre quais serão as lojas encerradas.

A Via Varejo pretende abrir 30 novas lojas no quatro trimestre, sendo seis no Pará, o que marca a entrada da varejista no Norte do país.

Acompanhe tudo sobre:VarejoVia Varejo

Mais de Negócios

Eles criaram um negócio milionário para médicos que odeiam a burocracia

'E-commerce' ao vivo? Loja física aplica modelo do TikTok e fatura alto nos EUA

Catarinense mira R$ 32 milhões na Black Friday com cadeiras que aliviam suas dores

Startups no Brasil: menos glamour e mais trabalho na era da inteligência artificial