Extração na Vale: novo sistema de preços impulsionou receita no trimestre (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
São Paulo - O aumento de preços do minério de ferro deverá ser o maior indutor dos resultados da Vale no segundo trimestre. Os analistas esperam que o novo sistema de precificação dos produtos, adotado recentemente, já tenha permitido à companhia captar a alta do minério nos últimos meses. Segundo os relatórios de prévia de resultados já divulgados, a receita líquida da empresa deve crescer, pelo menos, 80%.
O novo sistema de preços baseia-se no IronOre Index, um índice que reflete as flutuações internacionais de preço - e que, portanto, fica muito próximo dos valores do minério no mercado à vista, o spot. De acordo com relatório da corretora do Banco Fator, assinado pelos analistas Rodrigo Fernandes e Luis Gustavo Nuin, o novo sistema alcança 97% dos clientes da Vale, correspondente a 90% do volume contratado.
De acordo com o Santander, o preço médio do minério de ferro ficou em 112 dólares por tonelada no segundo trimestre, o que representa um aumento de 73% sobre os três primeiros meses do ano. "A variação positiva de preços do minério de ferro é o principal fator que guia a elevação de nossas estimativas para a Vale", afirmou o banco, em relatório assinado pelos analistas Felipe Reis, Alex Sciacio e Victoria Santaella.
O salto na tabela de preços virá junto com a expansão, embora menor, do volume vendido. O Fator estima que a Vale vendeu 70,142 milhões de toneladas de minério de ferro e pelotas no período, 26,9% mais que no mesmo período do ano passado. Já o Santander projeta incremento de 37% nas vendas, que chegariam a 73,7 milhões de toneladas.
Resultados
Com preços e volumes maiores, a receita da empresa deve disparar neste trimestre, segundo os analistas. O Fator espera uma receita líquida de 19,703 bilhões de reais - 84,3% maior que a do mesmo período de 2009. A variação é semelhante à estimada pelo Santander (84%), que estima receita de 18,924 bilhões de reais.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) é projetado em uma faixa de 10,927 bilhões de reais (Santander) a 11,118 bilhões de reais (Fator). Com isso, a margem de ebitda esperada oscila de 56,7% (Fator) a 58% (Santander). O lucro líquido projetado pelo Santander é de 6,278 bilhões de reais, ante 6,379 bilhões estimados pelo Fator.
A Vale deve divulgar os resultados do segundo trimestre nesta quinta-feira (29/7), após o fechamento da Bovespa.