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Venda de fatia da Marfrig atrai Blackstone, Tyson e Gávea

Informações são de três pessoas com envolvimento direto nas negociações


	Fábrica: as ações da Marfrig subiram 18 por cento neste ano
 (Divulgação/EXAME)

Fábrica: as ações da Marfrig subiram 18 por cento neste ano (Divulgação/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2012 às 12h23.

São Paulo - O plano da Marfrig Alimentos SA de vender ativos para reduzir sua alavancagem está atraindo interesse do Blackstone Group LP, maior grupo de private equity do mundo, e da Tyson Foods Inc., maior processadora de carnes dos Estados Unidos, segundo três pessoas com envolvimento direto nas negociações.

O Gávea Investimentos Ltda., braço de private equity do JPMorgan Chase & Co. no Brasil, e a área de investimento em participação do Banco Bradesco SA também estão interessados em uma fatia do capital da Marfrig ou suas subsdiárias, disseram as pessoas, que pediram para não ser identificadas porque as discussões são privadas.

A Mafrig, segunda maior empresa de alimentos do País e sediada em São Paulo, contratou o Banco Itaú BBA SA para a capitalização, que tem como objetivo levantar cerca de R$ 2 bilhões para reduzir seu endividamento, disseram as pessoas. As negociações ainda estão em fase preliminar, segundo elas.

A Marfrig, que produz alimentos congelados, nuggets, salsichas e outros derivados de carne, quer reduzir sua dívida após ter feito 20 aquisições em cinco anos para concorrer com a BRF - Brasil Foods SA. Em abril, a empresa concluiu a venda de ativos de distribuição na Europa e nos EUA para a Martin-Brower Co., sediada no estado americano de Illinois, por US$ 400 milhões.

A Marfrig, baseada em São Paulo, não quis comentar, segundo e-mail de sua assessoria de imprensa. João Sampaio, vice- presidente de assuntos institucionais da Marfrig, disse em uma entrevista em 13 de junho que a empresa estava procurando vender ativos, inclusive uma fatia na subsidiária Seara, para reduzir a dívida de 4,5 vezes a geração de caixa operacional para níveis próximos a 2,5 vezes.

Peter Rose, porta-voz do Blackstone em Nova York, e Gary Mickelson, porta-voz da Tyson Foods, não quiseram comentar. O Bradesco, Itaú BBA e Gávea também não comentaram, segundo assessores que pediram para não ser identificados.

"Recente deterioração"

As ações da Marfrig subiram 18 por cento neste ano, elevando seu valor de mercado para R$ 3,48 bilhões.

O Blackstone comprou 40 por cento do Pátria Investimentos, uma empresa de private-equity e gestão de recursos de terceiros, em setembro de 2010.


A Moody’s Investors Service cortou a nota de crédito da Marfrig na semana passada de B1 para B2, ou dois níveis abaixo do grau de investimento, citando a “recente deterioração em seu perfil de liquidez, principalmente devido à concentração de vencimentos de dívida no segundo e terceiro trimestres de 2012.”

A Fitch Ratings Ltd. revisou a perspectiva da dívida da Marfrig e das concorrentes JBS SA e Brasil Foods de estável para negativa.

“A Marfrig terá como desafio elevar os preços de seus produtos para acomodar totalmente seus aumentos de custos em um contexto de desaceleração da economia brasileira e de recuperação mais lenta do que o esperado de seus mercados de exportação”, disse a Fitch em nota distribuída em 17 de agosto.

Aquisições e dívida

A Marfrig gastou US$ 2 bilhões em 2010 para comprar a Seara da Cargill Inc. e o fornecedor do McDonald’s Corp. chamado Keystone Foods, o que levou sua dívida a quadruplicar em dois anos.

O Itaú BBA é o braço de atacado do Itaú Unibanco Holding SA, o maior banco da América Latina por valor de mercado. O Bradesco é o segundo maior banco da América Latina por valor de mercado.

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