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Venda de air fryers dispara na pandemia e uma fabricante se sai melhor

Com o fechamento de bares e restaurantes a venda das fritadeiras sem óleo, as air fryers, registrou crescimento de vendas em 22% em 2020. E quem conseguiu matéria prima se destacou

Air Fryer: venda cresce na quarentena (Leandro Fonseca/Exame)

Air Fryer: venda cresce na quarentena (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 31 de março de 2021 às 06h00.

Última atualização em 31 de março de 2021 às 11h12.

O isolamento social e o fechamento de bares e restaurantes na pandemia da covid-19 fez parte dos brasileiros cozinharem mais. Com isso, houve aumento de interesse por eletrodomésticos que auxiliem essa tarefa, como a fritadeira sem óleo, também conhecida como air fryer.

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No Google a busca pelo item cresceu exponencialmente desde o início da quarentena há um ano. Em março de 2020 o termo "air fryer" tinha índice de 35 no total de 100 e atingiu o pico em novembro, mês da Black Friday.

As buscas se converteram em consumo. Em 2020, a air fryer registrou crescimento de vendas em 22% quando comparado ao ano anterior, segundo dados da consultoria para o varejo GFK. Além disso, nos últimos cinco anos  volume de vendas cresceu 194,4%, segundo a provedora de pesquisa de mercado Euromonitor.

O produto ganhou verdadeiros fãs. No Facebook o grupo "Mundo Air Fryer" conta com 600 mil membros. O "Air Fryer, Eu te Amo!" tem 400 mil membros -- e outras dezenas de grupos. Nesses espaços, as pessoas compatilham modelos preferidos, dicas de receitas e outras informações relacionadas a praticidade, tempo de cozimento e mais.

O interesse acontece em um momento no qual 48% das pessoas entrevistadas em uma pesquisa da Gallunion+Qualibest afirmam ter cozinhado mais na pandemia, e a busca pela praticidade também aumentou. Um exemplo é que 20% passaram a comprar alimentos industrializados que não eram consumidos antes, especialmente em famílias com filhos, segundo estudo da empresa de pesquisa MindMiners. Além disso, 90% das pessoas buscaram preparar pratos que ficam prontos para o consumo em até 40 minutos.

(Arte/Exame)

Neste cenário, quem se deu bem foram as fabricantes. A Mondial, líder nas vendas do eletrodoméstico com 35% de participação de mercado, de acordo com a Euromonitor, viu o volume de vendas crescer em 72%. "Para dar conta da demanda, investimos na produção na Bahia, já que parte da produção hoje acontece na China", diz Giovanni Martins Cardoso, presidente da Mondial.

Para ele, a demanda continuará crescente e a empresa pode conquistar metade desse mercado. "O Brasil comercializou 4 milhões de air fryers em 2020, isto é pouco perto da quantidade de brasileiros que podemos alcançar. O ritmo de vendas pode não ser o mesmo do ano passado, mas a expansão é certa", diz. Pensando nisso, a companhia prepara um lançamento de air fryer tamanho família para o Dia das Mães. 

O otimismo no crescimento é semelhante na marca Britânia, que já comercializa mais de dez modelos. "Nos próximos meses teremos vários lançamentos e uma nova linha de air fryers, com novas tecnologias para melhor performance de produto. Pesquisamos novidades e tecnologia em antiaderentes e investimos em maior potência que entregará ao consumidor menos tempo de cozimento e alimentos ainda mais crocantes e suculentos", diz Cristiane Clausen, diretora geral da Britânia. A companhia também irá entrar na categoria 2 em 1 e lançar o produto de maior litragem do mercado.

No comparativo entre 2019 e 2020 houve na companhia um crescimento de vendas de 20% das air fryers. "As vendas de fritadeiras superaram as expectativas da empresa, com as pessoas cozinhando mais em casa e na busca de uma alimentação mais saudável, o crescimento nesta categoria tem sido significativo", diz. Atender a demanda foi possível por conta da busca pela matéria prima. "Nos reunimos virtualmente com toda cadeia de fornecedores a fim de aumentar pedidos e atender demanda de mercado e seguimos em 2021", afirma Clausen.

Eletrodomésticos

O desafio da matéria prima atingiu os fabricantes de diferentes formas, por conta disso, a Philips Walita, por exemplo, não conseguiu aumentar as vendas de air fryer no ano. Por outro lado, viu um crescimento nas vendas de batedeiras. "Em 2020 tivemos um crescimento de 3% em comparação ao ano de 2019 em toda a categoria de eletroportáteis para casa", diz Thaiane Cortez, gerente de marketing de Philips Walita.

Na Britânia todas as categorias que facilitam os cuidados com a casa tiveram destaque, com itens como aspirador robô, aspirador vertical, panificadora, itens de cuidados pessoais, mixer, batedeira, entre outros. E na Mondial não foi diferente. O aspirador vertical cresceu 31% e o robô 120%, mas ainda representa 10% das vendas da air fryer.

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