Balanço deve mostrar se Ambev continua em período difícil
Os dados do balanço divulgado hoje podem mostrar se a empresa está caminhando ou se estagnou em problemas que começaram no ano passado
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2017 às 06h20.
Última atualização em 27 de julho de 2017 às 08h29.
A fabricante de bebidas Ambev , uma das companhias mais dominantes do mercado brasileiro, divulga hoje seus resultados trimestrais tentando afastar a pressão. A companhia continua dominando 69% do consumo brasileiro de cervejas, mas nunca teve tanto trabalho para manter a distância para os concorrentes.Os dados do balanço divulgado hoje podem mostrar se a empresa está caminhando ou se estagnou em problemas que começaram no ano passado.
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No primeiro trimestre de 2016, os volumes da companhia caíram 7,5% ante o mesmo período em 2015. Era o prenúncio do que estava por vir. No terceiro trimestre do ano, a Ambev teve a pior margem de lucro em 12 anos, o volume de cervejas vendido voltou ao patamar de 2009 e a empresa avisou que não cumpriria a meta de fechar o ano com o mesmo faturamento de 2015. As vendas caíram 5,5% em 2016. Para complicar a situação, em fevereiro a concorrente holandesa Heineken adquiriu as operações brasileiras da Kirin e passou a ser a vice-líder no país.
O cenário é desafiador. As vendas no mercado brasileiro de cerveja caíram 2,6% e o volume, 1% no segundo trimestre, comparado ao mesmo período do ano passado, já vindo de um primeiro trimestre de queda. Segundo relatório do banco Itaú BBA os volumes até subirão, 1,8%, depois de aumento de 3% no primeiro trimestre. Mas isso não significará mais receita e rentabilidade: éesperado um faturamento em linha com o do ano passado, de 10,3 bilhões de reais, e um lucro operacional de 3,8 bilhões, 9,4% menor do que em 2016.
Com dificuldade em oferecer preços mais baratos que a concorrência diante da inflação, a empresa mira agora nas embalagens. Para reduzir custos, a Ambev decidiu reintroduzir no mercados os “cascos”, além de uma garrafa de 300 ml, vendida exclusivamente em atacarejos e supermercados. As garrafas retornáveis requerem um sistema de logística reversa e por isso estão sendo introduzidas aos poucos, mas aumentam os lucros em relação às latinhas. Em 2015, eram 4% das vendas da companhia em supermercados, mas no final do ano passado chegaram a 25%.