Negócios

VarigLog recorre para reverter decisão da assembléia

Braço financeiro da GE vendeu seus créditos ao JP Morgan e, portanto, não poderia votar na assembléia de credores, diz VarigLog. GE nega envolvimento, mas admite venda

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A VarigLog apresentou um recurso à Justiça do Rio, nesta terça-feira (17/7), para tentar anular o voto da GE Capital, braço financeiro da General Electric, na assembléia de credores da Varig, realizada na segunda-feira (16/7). Caso o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial, acate o recurso, o resultado da assembléia pode ser revertido e o plano de recuperação proposto pela ex-subsidiária da Varig, aprovado.

Neste momento, Ayoub analisa duas peças - o recurso da VarigLog e o relatório com os resultados da votação de ontem, elaborado pela consultoria Deloitte, administradora judicial da Varig. O Sindicato Nacional dos Aeronautas também estaria cogitando apresentar um recurso contra a rejeição da proposta da VarigLog, mas não há confirmação de que o documento tenha sido entregue.

O principal argumento da VarigLog é de que a GE Capital vendeu ao JP Morgan os créditos que receberia da Varig. Com isso, a instituição perdeu a posição de credor e não poderia votar na assembléia. Seu voto, argumenta a companhia de transporte aéreo, deveria portanto ser anulado, bem como os votos dos credores que agiram segundo sua orientação.

Se isso ocorrer, é possível que o resultado do leilão seja revertido. Ontem, embora os credores da classe 1, compostos pelos funcionários, tenham votado maciçamente no plano da VarigLog, a proposta foi rejeitada por não contar com o apoio das classes 2 e 3, que reúnem os demais tipos de credores, como estatais, fornecedores e instituições financeiras.

GE admite venda

Em nota divulgada à imprensa hoje, a GE Capital admite que vendeu todos seus créditos junto à Varig ao JP Morgan em meados de junho. O JP Morgan, por sua vez, revendeu esses papéis a investidores americanos e estrangeiros no mercado secundário dos Estados Unidos.

"A GECAS [General Electric Capital Aviation Services), portanto, não teve qualquer participação nas decisões de voto tomadas ontem. A votação foi instruída pelos novos proprietários dos créditos. A GECAS não possui qualquer informação sobre a identidade desses investidores que adquiriram esses créditos no mercado secundário americano", afirma a nota da instituição.

Reversão

Se ficar comprovado que a GE Capital participou, direta ou indiretamente, da assembléia de ontem, Ayoub poderá reverter a votação. Pelas regras da assembléia, basta que duas classes de credores aprovem uma proposta, para que ela seja válida. Se os votos do suposto grupo ligado à GE Capital forem anulados, é possível que duas classes - e não apenas uma, como foi anunciado nesta segunda-feira - tenham votado favoravelmente ao plano da VarigLog.

As regras de votação estabelecem que, para a classe 1 (funcionários), basta a maioria simples de voto. Já para as classes 2 e 3 (outros tipos de credores), a proposta só será aceita se os votantes representarem, ao mesmo tempo, a maioria numérica de votos e a maioria percentual de créditos a receber dentro de cada classe.

Segundo o relatório da Deloitte encaminhado a Ayoub, o resultado de ontem foi: classe 1 - 100% de votos, equivalentes a 100% de créditos; classe 2 - 5,6% de votos, equivalentes a 94% de créditos (pesou nessa classe a posição favorável da Aerus, fundo de pensão dos funcionários e maior credor da Varig); classe 3 - 42,9% dos votos, equivalentes a 81% dos créditos.

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio, Ayoub deve se pronunciar sobre o caso no final desta tarde. Se reverter o resultado da assembléia, pode optar por manter o leilão de venda marcado para amanhã (19/7), ou remarcá-lo para outra data. Se mantiver a rejeição à proposta, muitos analistas apostam que o próximo passo será a decretação da falência da companhia.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

21 franquias baratas a partir de R$ 3.000 para começar a empreender antes do Natal

Ela empreendeu em vez de prestar concurso. Hoje, a empresa dela movimenta R$ 320 milhões

Dia do Empreendedor: 8 livros recomendados por fundadores e CEOs de sucesso

Restaurante por quilo cresce com vendas online, aposta em IA e vira negócio milionário