Exame Logo

Varejo on-line da China dá sinais de recuperação

Líderes do setor como Alibaba, JD.com e Pinduoduo foram desafiados a atender ao aumento da demanda por itens básicos e produtos domésticos

A maioria dos consumidores de classe média tem reduzido os gastos de forma cautelosa, impacto mais grave do vírus a longo prazo, diz empresária (Reprodução/Reprodução)

Karin Salomão

Publicado em 22 de março de 2020 às 08h00.

Última atualização em 26 de março de 2020 às 12h52.

O setor de comércio eletrônico da China começa a emergir da provação logística de vários meses provocada pelo surto de coronavírus, segundo dados mais recentes sobre volumes de entrega. Mas uma retomada a longo prazo depende de uma recuperação da demanda que também inclua bens não essenciais.

Líderes do setor como Alibaba, JD.com e Pinduoduo foram desafiados a atender ao aumento da demanda por itens básicos e produtos domésticos, como máscaras cirúrgicas, depois que a epidemia obrigou autoridades a fechar rodovias e ferrovias em todo o país e entregadores ficaram em casa. Mas uma análise do Barclays de informações publicamente disponíveis mostrou que a atividade de entrega em muitas áreas havia se aproximado dos níveis pré-surto quando as pessoas retornaram ao trabalho e os bloqueios de estradas foram suspensos.

Veja também

Com base em dados oficiais que mostram crescimento anual de 3% das vendas de produtos físicos on-line em janeiro e fevereiro, a expansão do comércio eletrônico deve se aproximar da normalidade no segundo trimestre, escreveram os analistas do Barclays Gregory Zhao, Ross Sandler e Jane Han.

Até 11 de março, a capacidade total de entrega de carga de caminhões do país correspondia a 72% do pico de novembro de 2019, disseram, citando dados dos sites de logística G7.com.cn e Chemanman.com. Neste mês, a Cainiao, braço de logística do Alibaba que envia mais de um bilhão de pacotes em dias de pico, disse que já opera com capacidade total.

Dados divulgados na segunda-feira pelo governo de Pequim sugerem que a segunda maior economia do mundo pode registrar retração pela primeira vez desde 1989, prejudicando os gastos dos consumidores. Comerciantes de lojas físicas foram particularmente atingidos e quase metade das empresas de consumo listadas na China não tem liquidez suficiente para continuar em operação além de setembro, segundo análise da Bloomberg.

A situação é menos desafiadora no varejo on-line, mas uma recuperação completa do comércio eletrônico ocorrerá somente quando consumidores retomarem as compras de itens mais caros que saíram das listas de prioridades no auge do surto e se concentraram em produtos básicos como mantimentos, equipamentos de proteção e utensílios domésticos.

A maioria dos consumidores de classe média tem reduzido os gastos de forma cautelosa, disse Ashley Galina Dudarenok, fundadora da empresa de treinamento chinesa Chozan. “Esse é o impacto mais grave do vírus a longo prazo”, disse.

Acompanhe tudo sobre:BloombergChinae-commerceVarejo

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame