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Valor de fusões e aquisições no Brasil cai 19% no último trimestre

No mundo, Ásia e Oriente Médio compensaram queda de volume de operações na América Latina, Europa Ocidental e América do Norte

Jumbo, a marca de hipermercados da Cencosud: compra da Prezunic pela Cencosud foi a maior anunciada no período no Brasil (Wikimedia Commons)

Jumbo, a marca de hipermercados da Cencosud: compra da Prezunic pela Cencosud foi a maior anunciada no período no Brasil (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2012 às 14h08.

São Paulo – O valor total de fusões e aquisições mirando companhias brasileiras anunciadas no último trimestre de 2011 foi 19% inferior ao do mesmo período de 2010. O valor total de transações anunciadas sofreu uma queda trimestral de 38% e está, agora, em seu nível mais baixo desde o primeiro trimestre de 2010.

O número de acordos mirando companhias brasileiras registrou uma queda de 16% no último trimestre do ano, em comparação com o terceiro trimestre, segundo estudo da Ernst & Young. Na comparação anual, houve crescimento, de 1,7%.

Além do menor número de operações no período, o valor médio delas também caiu, cerca de 26%. Um dos fatores que pode ter levado à queda geral foi a reavaliação estratégica dos investidores estrangeiros, segundo a Ernst & Young. 

O valor médio dos acordos para transações envolvendo o Brasil como alvo está agora em 293 milhões de dólares. A velocidade de conclusão dos acordos envolvendo o Brasil está em seu mais baixo nível desde o primeiro trimestre de 2010.

Os acordos transnacionais e entre diferentes regiões globais registraram uma queda de 20 e 26 pontos percentuais, respectivamente. Atualmente, o total de acordos entre países e regiões representou 28% e 22%, respectivamente, seguindo uma tendência de queda de longo prazo.

Mundo 

O número de fusões e aquisições mundiais caiu 18% no quarto trimestre de 2011, em relação ao mesmo período de 2010. Na comparação ao trimestre anterior, a queda foi de 14%. O valor das transações caiu 25% em relação ao trimestre anterior e, agora, está no nível mais baixo desde o primeiro trimestre de 2010. 

O valor médio dos acordos no último trimestre ficou em 277 milhões de dólares, o que representa uma queda de 13%, comparando-se ao terceiro trimestre. A queda no volume e no valor dos acordos foi impulsionada pela incerteza decorrente da crise da zona do euro e de seus efeitos na economia global, segundo a Ernst &Young. 


Também ocorreu queda nas atividades transnacionais, que representaram 30% de todas as transações globais. Os últimos três trimestres do ano registraram uma alta proporção de acordos em dinheiro, reflexo da depreciação do preço das ações, o que fez do financiamento via ações uma opção pouco atrativa, segundo a consultoria. 

Regiões e Setores

Todas as regiões do mundo registraram um declínio nas atividades de fusões e aquisições no quarto trimestre de 2011 na comparação com o terceiro.

Os campeões em queda por valor de acordos foram Europa Central e do Leste (61%) e Oceania (51%). Com o cenário de crise da zona do Euro, as fusões e aquisições na Europa Ocidental continuaram a cair: em volume, houve uma queda de 18%, enquanto que, em valor, a queda foi de 22% - ambas maiores do que na América do Norte (que inclui Canadá, EUA e Porto Rico), com declínio de 14% e 21%, respectivamente. A América Latina (México, América Central e ilhas caribenhas, exceto Porto Rico) registrou uma queda de 20% em número de acordos e de 36% em valor. 

Quem atenuou a queda de volume de acordos foram a Ásia (declínio 6%) e os países denominados pelo estudo como MENA (Oriente Médio, Argélia, Egito, Líbia, Marrocos, Tunísia e Iêmen), cujo declínio foi de 9%. 

O setor automotivo foi o único que registrou um aumento tanto no valor (6%) quanto no volume (11%) de acordos no quarto trimestre. Entre os setores com pior desempenho, segundo o valor das operçaões, estão as áreas de Asset Management, Banking, Consumer Products e Telecoms, os quais registraram quedas de 56%, 50%, 41% e 74%, respectivamente.

Veja as operações com alvo brasileiro no último trimestre, segundo levantamento da Ernst & Young:

Comprador         Alvo                   País do comprador País do alvo  

valor (milhões de dólares)

Cencosud Prezunic  Chile Brasil            495
Klabin  Florestal Vale do Corisco Brasil Brasil            474
PepsiCo Grupo Mabel Estados Unidos Brasil            458
Usiminas Mineração Ouro Negro Brasil Brasil            367
Petropar Fiber web   Brasil Brasil            286
BTG Pactual Drogarias Big Ben  Brasil Brasil            261
BR Malls Shopping Jardim Sul Brasil Brasil             256
JSL Rodoviário Schio Brasil Brasil            227
Tredegar Terphane  Estados Unidos  Brasil            188
Teekay Sevan Marine Bermudas Brasil            165
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